terça-feira, 15 de janeiro de 2008

"A Arte em Moçambique", na visão colonial de 1966 - Parte V


E o Professor Alberto Feleciano Marques Pereira continua na introdução do seu “A Arte em Moçambique”, editado em 1966, com seu discurso do Portugal além mar.

As previsões do Professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, onde os seus conhecimentos em biologia humana não se confirmaram como um bom exemplo para o que acreditava para a política Ultramarina, nem perto vingaram. E ainda mais longe ficaram pela resistência intelectual de lógicas defendidas por personalidades vistas até então nestes “discursos” aqui transcritos. Abaixo, a sua pequena aula de biologia... desculpem, de Política Ultramarina:

MOÇAMBIQUE – PORTUGAL


Há quem pense que nos deteremos ante ameaças de povos sem história nem tradição, que não pertencem à nossa Casa e, por isso, se obstinam em desacreditar-nos...
Para sairmos dela seria preciso que fôssemos arrancados à força, um por um e de cada vez.
Mas, não...
Vivos ou mortos os portugueses sempre deram que fazer à cobiça alheia...
Vozes longínquas, sem vontade nem ânimo; facções negativas sem convicções nem moral; povos sem tradições nem glória não constituem perigo nem afronta para ninguém...
Removerem-nos...Seria pretender deslocar um bloco de granito com mãos débeis de crianças...
A estrutura das diferentes partes do corpo que formam a biologia humana e a diferenciação dos vários órgãos que consolidam a estrutura individual não impedem que seja o mesmo o sangue que corre pelas veias e artérias e alimenta por igual todo o ser.
Também nos compartimentos e nas várias dependências de uma casa, o tecto não deixa de ser igualmente comum a todos os utentes.
O que se torna necessário é que cada familiar ofereça o melhor da sua contribuição em trabalho e esforço e em decisão e vontade. É o que conta para a união, firmeza, progresso material e espiritual do Lar.

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