domingo, 31 de agosto de 2008

Obama, o Exótico

Fonte da imagem: "Inúmeras"
Luís Fernando Veríssimo é ao meu ver um dos maiores cronistas da imprensa brasileira. Tenho acompanhado o seu olho crítico nesta campanha presidencial americana, onde pessoalmente fico na dúvida se eles aprenderam com Hollywood ou se Hollywood aprendeu com eles a organizarem mega shows, não só nesta campanha, como em todas as que já tive a oportunidade de ser bombardeado pela mídia brasileira e internacional. Como se para o resto do mundo ter um democrata ou um republicano na presidência dos americanos vá mudar muito para o resto do Planeta, como se com um ou com outro deixará, ou não, de haver guerras no Vietnam ou no Iraque.
Mas voltando ao Veríssimo, a crónica do mesmo deste domingo, com a devida vénia, não consigo deixar de aqui reproduzi-la.
Agência Globo

Por Luís Fernando Veríssimo

Exótico
Agora que Barack Obama está confirmado como o indicado dos democratas à presidência dos Estados Unidos e sua candidatura passou de hipótese a fato, muitos no seu partido devem estar se perguntando “o que foi que nós fizemos?” A hipótese de alguém como Obama ser o candidato era atraente, era de sonho. O fato irreversível da sua candidatura traz um choque de realidade.
Obama, como hipótese, era um candidato diferente, mais diferente do que qualquer outro na história do partido e do país. Obama confirmado provoca especulações sobre a viabilidade política do sonho. Especula-se que ele talvez seja diferente demais.
Se Obama fosse negro de pai e mãe seu exotismo seria menor. Bem ou mal, os brancos americanos já tem uma longa experiência de convivência com negros, principalmente depois do fim do racismo oficial nos estados do Sul e da segregação nas escolas. Mas ainda existe uma separação de fato, e o que quase não faz parte da experiência americana é a mestiçagem. Obama não é apenas diferente da maioria branca, é diferente da maioria dos negros do país – na verdade, com sua história multirracial e multinacional, é diferente da maioria da humanidade.
Além de ser filho de um africano muçulmano e de uma americana branca, nasceu no Havaí, que no imaginário, e nos planos de viagem, do americano comum é o lugar mais exótico em que se pode estar sem sair dos Estados Unidos. E, não sendo um havaiano típico, até no Havaí ele é diferente.
O trabalho duro dos democratas agora é fazer o eleitorado distinguir o que Barack Obama tem de positivamente diferente do que ele tem de estranho. Na convenção que indicou Barack já deu para perceber que grande parte da propaganda eleitoral democrata será dedicada a mostrar que os Obama são gente como a gente americana e não têm nada de exótico, ou não ao ponto de assustar. E que a novidade que ele representa é a de um jovem com outras idéias, em contraste com o velho McCain, e não a de um enigma que se aproxima da presidência para fazer ninguém sabe bem o que. Esta última alternativa é a que a propaganda dos republicanos enfatizará, numa campanha que – segundo comentaristas americanos – já é uma das mais sujas da história. Pode-se imaginar que até as eleições de novembro um lado insistirá que Barack Obama é normal e o outro que ele é um mistério de quem se pode esperar de tudo, até o sacrifício de galinhas no Gabinete Oval.
De qualquer jeito, agora começa o período em que as pessoas se concentram nas opções e nos contrastes e pensam melhor em quem vão votar. E em que o partido democrata descobre se fez uma boa escolha ou jogou fora uma eleição imperdível.

Série "Moçambique – O meu Setembro de 1974"

Fonte da imagem: DPD - Loja 6
Parte I





Em 1974, navegava eu para os meus 14 anos de idade, morava em Vila Pery, quando no final de Junho daquele ano o meu irmão mais velho, o Duarte, teve um grave acidente de carro quando foi buscar, em companhia do amigo Altímetro, um outro amigo, o Alferes Carlos Banha, a Tete, para passar o final de semana com o pessoal.




Quando já estavam perto de Vila Pery, o Duarte não segurou o VW em uma curva e bateu na roda de uma Toyota (jeep) e saíram capotando para fora da estrada.




O motorista da Toyota não sofreu nada, além do susto, que o levou a dar uns tiros para o ar, pois algo lhe fez achar que podia haver ali alguma coisa com os “turras”. O Altímetro e o Carlos Banha tiveram algumas escoriações sem maior gravidade.




Ao Duarte só lhe faltou encomendar a Missa do 7º. Dia, pois a estremunção chegou a ser-lhe dada já no Hospital da Beira, para onde havia sido evacuado em uma cena cinematográfica, pois vários carros foram para o aero-clube de Vila Pery para iluminar a pista para uma pequena avionete decolar durante a noite, com o mesmo inconsciente na companhia da minha Mãe e de um enfermeiro, pois não havia um médico disponível para o fazer.




Com o Hospital da Beira com os serviços parcialmente em greve, e já com o Duarte saído do coma, o mesmo foi enviado para Lourenço Marques para lá passar por algumas cirurgias.
A minha Mãe não o largou. Nós, os quatros irmãos (duas miúdas e dois miúdos), que havíamos ficado em Vila Pery, ao chegar o período de férias, fomos acompanhar a recuperação do Duarte em LM.



Setembro foi chegando, o Acordo de Lusaka se aproximava, mas a Feira do Chimoio e os seus bailes também.

A minha Mãe tinha que ir a Vila Pery resolver algumas coisas. Foi de auto-carro. Consegui convence-la a deixar-me ir uns dias depois com um amigo, mais velho. Os amigos dos meus irmãos mais velhos eram também meus amigos, se bem que nem todos os meus amigos, putos, eram amigos dos meus irmãos. A Mãe acabou por me liberar essa boleia no Datsun SSS, e no dia 5 de Setembro de 1974 já eu estava na Feira do Chimoio, a ver os bois, vacas, stands, moto cross com malta de todo Moçambique, em especial os craques da Beira, charros, miúdas.




(Continua...)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

A guerra fria está esquentando!


A velha mas renovada guerra fria está esquentando. São os americanos instalando o seu escudo anti-mísseis no território dos seus aliados poloneses; são os russos desafiando a UE e o seu aliado USA ao reconhecerem a independência das duas províncias georgianas - Ossétia do Sul e Abkházia, fazendo com que o Bush “estrebuche” , a UE, dependente da energia da Rússia, reagindo ao dizer que vai rever as relações diplomáticas com os homens da vodka; e os homens da vodka ameaçando de reagirem militarmente contra o escudo anti-mísseis americano...
Fonte da imagem: Um pouco de tudo

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Exercício de Micheliny Verunschk



Diz a poetisa que o que transcrevo abaixo é um exercício! Queria eu ter fôlego para fazer exercício com tanta intensidade e maestria e não me cansar.
O blog da poetisa Micheliny Verunschk, que não é dedicado à poesia, mas tem rima da sensibilidade poeta, tem link nas minhas "Outras Estradas".


O poema


que não me habita


salta arisco


sobre o abismo


do meu nome


e mora


exato


no livro ao lado


(aquele, que não escrevi).


Foge de mim


como o diabo


da cruz.


Ri da minha insônia.


O poema


que não me habita


me alimenta


da sua ausência.


É o pão que deus amassou.


Bate na minha porta


e foge


inominável.


Não trepa.


Não goza comigo.


Não é meu amigo.


O poema


que não me habita


não deixa que um anjo


o anuncie


mas freqüenta


o espelho do banheiro.


É belo


e puro


e inacessível


como uma coluna grega


mas me tenta


há quarenta dias


nesse deserto.


E chega tão perto


que posso ouvir


sua respiração.


Chega tão perto


que quase o pego


roubo


digo que é meu.


Chega


tão perto


que quase finjo


que mora comigo.


O poema que não me habita


é o diabo


no corpo


de outro


que não sou eu.


Micheliny Verunschk

No futebol masculino, olímpiadas é projeto para 2010 ?

A Seleção Brasileira de futebol, mesmo sem um projeto olímpico, alimentava a esperança da torcida que em Pequim finalmente poder-se-ia ganhar a primeira Medalha de Ouro para o país, de todos os tempos, nesta modalidade.

Não aconteceu a realização do sonho, perdemos nas semifinais. É claro que alguém havia de perder, e o Brasil não é imbatível. Mas perder da forma acuada que a seleção jogou contra o seu adversário de maior rivalidade na América do Sul, a Argentina !...

Esta postura medrosa é que não pode ser, e não foi, bem vista pela apaixonada torcida brasileira, e grande parte dela passou a acreditar que finalmente o técnico Dunga, também técnico da Seleção principal, cairia. Afinal nas eliminatórias para a Copa de 2010 o Brasil só está em 5º. lugar onde só quatro se classificam.

E, surpresa! Hoje, após ganhar a Medalha de Bronze, que tem sim o seu valor, além do Dunga não ter caído, este convocou 9 jogadores desta seleção olímpica para a seleção principal para os dois próximos jogos das eliminatórias, contra o Chile e a Bolívia, agora para o inicio de Setembro.
Será que nos enganaram e as olimpíadas é que eram o projeto para as eliminatórias para a Copa do Mundo? Um terceiro lugar até garante a classificação para irem até à África do Sul.
Fonte da imagem da bola: Blog do Aldo Vidal


sábado, 16 de agosto de 2008

Dorival Caymmi

Na série “Dia do...” que editei no dia 29 de Abril , homenageava o baiano Dorival Caymmi por ser festejada nesta data o seu nascimento, em 1914.
Hoje nos chega a notícia, que aos 94 anos, o bom baiano, radicado há alguns anos no Rio de Janeiro, faleceu.
Deixa saudades, mas não tristeza, pois foi um homem que soube viver. Foi sempre o que nos transmitiu.



quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Vantagens na mudança de um cronograma

Esta segunda-feira, dia 11, parti de Curitiba rumo a Cascavel, para cumprir com alguns compromissos profissionais. Foram juntos três colegas de trabalho, sendo um deles um prestador de serviços que veio de São Paulo, onde tivemos uma reunião inicial ainda em Curitiba.
Saímos de Curitiba por volta das 13:30hs, e programávamos rodar os 496 km em aproximadamente 6 horas. Ou seja, por volta das 19:30hs pretendíamos estar em Cascavel.
Mas acontecem pequenos desvios na programação que acabam por nos criar outras oportunidades, mesmo que neste caso acabássemos por chegar ao destino somente às 23:30hs.
Havíamos percorrido próximo de 150 km e um cheiro de borracha queimado me fez encostar o veículo no primeiro lugar seguro do acostamento. Identificado um problema em um pequeno rolamento do tensor da correia, que fez com que a polia ficasse parada, com a correia correndo por ela queimando e exalando o tal cheiro de borracha queimada, aguardamos a chegada do socorro da empresa responsável pela concessão da estrada, que aqui devo realçar, com um atendimento rápido e eficiente.


Levou-nos o carro para uma oficina de uma cidade próxima, que já muitas vezes havia visto a placa identificando-a, mas nunca havia entrado no trevo à esquerda para visitá-la.

Enquanto aguardava o conserto do carro, pois acabou por demorar um pouco mais do que gostaríamos a procura do tal pequeno rolamento em alguma das auto-peças da pequena cidade, acabei por pegar a máquina fotográfica, já sem muita luz natural, e fui andar pelo meio de pequenas mas graciosas ruas da cidade.
Fui parar em uma praça onde se vê uma grande e bonita Imagem da Nossa Senhora das Graças, sobre uma pequena Capela.




Percebo que desta praça temos uma bela vista para vários pontos da cidade, e observo que é Irati uma cidade com uma arquitetura que demonstra ser esta uma cidade que conta na sua paisagem um tanto da história do Paraná e do Brasil.







Tirando a minha ignorância, creio que esteja ali uma cidade mal trabalhada turisticamente. E nunca ouvi ninguém falar dela com este foco.

Hoje, até visitei o site da Prefeitura de Irati para saber um pouco mais dela, e até fiquei sabendo que este município até já andou ganhando uns Selos do Ministério do Esporte e Turismo devido ao seu potencial e engajamento ao planejamento turístico! Arre! A minha ignorância me espanta ou me espanta eu estar na capital do Paraná e não ver aqui Irati ser divulgada.
Bem dito seja o rolamento que me quebrou a 150 km de Curitiba!

Falando em quebrar, lembro-me que arrumaram o carro, e devo agradecer ao pessoal da oficina a forma atenciosa e não exploradora da situação de 4 viajantes com compromisso e com um carro quebrado na estrada.

E parabéns pela forma simpática e pelo esforço de promover a sua cidade, sem apoio aparente, nem mesmo de material promocional, do senhor que explora comercialmente uma pequena lancharia (biscoitos, sorvetes, refrigerantes, outros) junto à Capela de Nossa Senhora das Graças.

Suíça - A Neutralidade ou os interesses comerciais? PARTE 2


Por António Maria Gouveia Lemos

Se levarmos em conta que a produção de armamentos leves e pesados, está entre os cinco primeiros produtos manufacturados da balança de exportação suíça, perceberemos que não há maior paradoxo que este país possa apresentar. (Os principais produtos manufacturados de exportação são: máquinas industriais, aparelhos de ponta e alta precisão, químicos e farmacêuticos, relógios e ...armas!)

Comercialmente apóia alguns dos Estados mundialmente desrespeitadores dos direitos humanos, e ao mesmo tempo diz nos tapetes da diplomacia internacional, defender os princípios democráticos e Humanos. (Paquistão, Burma, Somália, China...são só um dos "Pequenos Príncipes" da numerosa Lista de Sonhos ,"Märchen-Liste", que este ano bateu todos os recordes de exportação.)

Esta semana o parlamento local (Bundesrat), num acto de coragem e consequência ético- política, digno se tirar o chapéu em sinal de respeito, sugeriu que o avião de fabricação suíça "Pilatus", (fabricado para treinamento de pilotos militares), não constasse mais de produtos a exportar, aos países que se encontrem em regiões politicamente instáveis. Visto que está provado em filmes e fotografias amadoras, que mesmo que no contracto de venda esteja escrito que só se pode usar para treinamento, é um avião que com poucas mudanças, vem sendo preparado e usado em guerras.

Enfim, a cláusula desse contracto é mais um conto de fadas que nem mesmo suíço quer acreditar, e por isso resolveu tomar as devidas providências. Um primeiro passo, uma atitude nunca tardia, no sentido moral dos valores éticos e humanos que diz defender.

Claro que onde se pisa calos, há quem grite. Neste caso foi o senhor Oskar Schwenk, da Empresa fabricante do Pilatus, que ao defender o pão dele, que azeda a sopa da neutralidade nacional, disse irritado; "... já estamos há tempos em conversação com a China e se agora ouço que não se pode vender esse avião a países que avançam com armas contra o seu próprio povo, então depois do que aconteceu em Tibete, podemos esquecer esse contracto..." Como se a violência do Tibete fosse só a única coisa que a China fez contra os valores defendidos pela constituição e diplomacia suíça. (Logo a China, usurpadora das florestas africanas, organizadora das Olimpíadas da Poluição, da falta de liberdade de imprensa, dos presos políticos, etc... não deveriam faltar argumentos para não se vender mais armas. )

Nessa histeria de se defender o direito de ser neutral e ao mesmo tempo se poder vender o avião Pilatus para países que se sabe serem corruptos, não cumprirem com os contractos e até se fazerem de intermediários para um comprador final, houve quem soltasse a máxima ;"... se for assim, então não podemos vender mais nada, pois até carrinho de bebe se pode transformar em carro-bomba" (!?)

É triste que dentro desse país, em muitos sentidos sociais e políticos mundialmente exemplar, o nível de argumentação desça a níveis tão arrogantes e baixos.

Às vésperas de mais 1° de Agosto*, comemoração nacional da Confederação Helvética, esperamos que esta crise de identidade e princípios tenha chegado na hora certa., assumindo política e comercialmente os valores e interesses que lhe são mais importantes e caros. Chegou a hora de pular de cima do muro, assumir o lado que irá escrever a sua História futura. E que a diferença entre o "faça o que eu digo, e não faça o que eu faço", deixe de ser a frase mais adequada para a política actual da límpida cruz branca, sobre o manto vermelho.

*A crónica foi escrita em julho, e só agora reproduzida aqui na Lanterna.

domingo, 10 de agosto de 2008

Morreu Isaac Hayes

Morreu, aos 65 anos de idade, esta madrugada o músico e ator Isaac Hayes.
Não só a música soul, mas a música em geral está hoje triste.

Isaac Hayes - Shaft - live 1973

Dia dos pais


Hoje se festeja no Brasil o "Dia dos Pais". Acordaram-me a cantar os parabéns e a darem-me presentes. Um melhor que o outro. A minha mulher, representnado o cuidado, me entrega uma blusa de lã, como estivesse me protegendo do frio que aqui faz estes dias. O Filipe me entrega um volume de 4 DVD's do Charles Chaplin com "Os Tempos Modernos", "O Grande Ditador", "Em busca do ouro" e "Luzes da Ribalta", e ainda um CD fantástico da Angelique Kidjo (Djin Djin). A Sofia me presenteia com uma colónia muito boa e com um cartão que escreve em seu nome e do irmão.
Este cartão torna-se o melhor dos presentes. Não que os filhos não se preparassem para dizer algo bonito no Dia dos Pais para os seus pais, mas nós até acreditamos que haja algode sincero no que está sendo dito. Afinal não é uma peça de teatro ensaiada para ser apresentada na escola:
PAI
Mais um dia dos pais estamos comemorando... E mais uma vez estamos aqui agradecendo pelo paizão que voce é... Sempre presente, sempre fazendo o possível e o impossível para nos ver felizes. E o mais importante... Nos educando da mesma forma que nós educaremos nossos filhos.
Sem dúvida alguma, você é um exemplo de pai!!!
Por esses motivos e muitos outros é que amamos você, muito, muito mesmo!
Agradecemos hoje e sempre por tudo...
Um grande beijo dos filhos que são orgulhosos de ti.
Sofia ............................Filipe
Um grande beijão
da Mãe que te Ama muito
Cristina




Papa - Angelique Kidjo

sábado, 9 de agosto de 2008

Festa em Pequim

Fonte da Imagem: Site do Estadão

A festa de abertura das Olimpíadas de Pequim mais uma vez confirmou a regra de que a cada 4 anos os países sede se superam para apresentar sempre algo superior ao que se viu no passado.


Quando estava olhando a tela da TV, envolvido pelos conceitos do esporte e o desfile de cultura que a festa nos proporciona, até esquecia-me o que se vem passando no Tibete, e na falta de liberdade em todos os níveis da sociedade chinesa.


Como acontece com maioria do público, no decorrer do evento estou sempre da expectativa do momento do se acender a Pira Olímpica. E de novo, foi o ápice da festa! Quando o ex-ginasta chinês Li Ning é erguido do solo, e como se flutuasse simula uma corrida à volta do estádio, até que chega à base da Pira e com a sua Tocha acende o gigante rastilho para alimentar a chama que deverá ficar acessa até ao último dia dos jogos, me voltou à consciência a chama da luta do povo do Tibete e de todos os chineses que buscam liberdades democráticas para que se sintam ainda mais orgulhosos de pertencerem a um país com a história da China.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Suíça - A Neutralidade ou os interesses comerciais? - Parte I

Por António Maria Gouveia Lemos


A bandeira suíça com a sua cruz branca sobre fundo vermelho, em muitos cantos do mundo, é confundida com a bandeira que simboliza a neutralidade em tempos de guerra, da Cruz Vermelha. No entanto, as confusões de cores e real significado da palavra neutro, deveriam parar por aí, para não pecarmos por inocência ou hipocrisia diplomática.


É lógico que politicamente, se compararmos a Suíça com outros países, sem dúvida que ela até se propõe muito mais vezes a pôr água na fervura, do que lenha na fogueira. No entanto se analisarmos a história comercial desta confederação pacífica, com quatro povos e idiomas oficiais, concluiremos que a ponte entre os valores éticos e morais e os interesses comerciais, de tanto esticada, está feito um cabelo prestes a se quebrar.

Não vou nem entrar na mais do que falada, escrita e muitas vezes exageradamente formulada, tese do ouro dos Judeus da Segunda Grande Guerra. Pois sem querer desculpar erros passados, também cometidos na Suíça, esse ouro foi muito bem repartido por vários países "neutros" como Portugal, Argentina, Brasil, os aliados vencedores, etc. Afinal todos sabemos que da Suíça os massacrados e perseguidos judeus tiveram que atravessar muitos outros países até chegarem e "comprarem" um lugar seguro, nos quatros cantos do mundo. Enfim, todos e mais variados sanguessugas de ocasião, que enchem a história mundial até os dias de hoje com os imigrantes africanos afogados no mar mediterrâneo, prontos a ganhar com a desgraça alheia, ganharam o seu quinhão naquela época. Verdade seja dita, nem todos souberam utilizar e investir como a Suíça do pós-guerra soube, o que é ponto positivo para a mentalidade Suíça.

Como disse antes, não vou entrar por aí, pois de tanto se falar, não há ouvido de ouro que agüente escutar mais tal ladaínha.

Mais interessante seria se a esquizofrenia da imprensa e advogados de qualidade e profissionalismo duvidoso do mundo, tivessem se concentrado nos valores de exportação de armas da Suíça entre 1940 e 1944. Aí teriam percebido que 85% foram exportadas para os países sob o domínio de Hitler e 16% irmamente divididos para os países aliados. Ou seja, como neutros, estava a Suíça bem aliada ao Eixo Nazista. (de acordo com a Comissão Independente Suíça, chefiada pelo profundamente conhecedor da matéria e auto-crítico nacional, senhor Peter Hug; Os valores exportados nesse período variaram entre os 751 milhões e um bilhão de francos suíços.)

Mas deixemos os erros passados, pois depois que passou, todos são doutores e "experts" e sabem qual teria sido a melhor cura. Concentremo-nos no presente desta tão diferente e paradoxal confederação Helvética. A política nacional de hoje, dá muito o que pensar, sobre a História Suíça que leremos no futuro.

Os socialistas, a maioria do governo federal, cada vez mais perdidos no seu discurso intelectual e sem conseqüência de atitudes, gostando muito de escutar a sua própria voz, não percebem que já não falam a língua e ideologia da grande massa social que os elegeu. O dedo indicador para um lado, os olhos para o lado oposto.

Os esquerdistas fiéis á utopia, querem o pão e o tostão. Entrar para a Unidade Europeia e ONU sim, responsabilidade para decidir por Paz ou Guerra e enviar soldados, não!

Os partidos de direita, querem o pão, a padaria e o contar das moedas, sem sujar a mão na farinha. Usam a possível perda da "amada Neutralidade", como Porta Bandeira e argumento para não entrarem no desfile da Comunidade Europeia e ONU. E ao mesmo tempo exigem o direito de continuar defendendo os seus interesses comerciais em países ditatoriais.

Como se a Neutralidade - uma abstracta irmã gémea da Mãe Helvética - lhes desse direito de vender o cassetete, mostrar como se usa, curar o ferido, mas não pôr a cabeça para testar a paulada.

Resumindo, se defende o direito da Suíça continuar neutra, não tomar posições políticas e militares a nível internacional, (como no caso da ex- Iuguslávia ou Afeganistão), mas poder exportar armas, tanques e aviões.

Armar sim, entrar com a sola dos soldados nas guerras em que está militarizando, não!

(Continua...)

domingo, 3 de agosto de 2008

O Ouro que nos falta! (Um dos...)

Ele está parado faz algum tempo. Ganhou uma barriguinha escondida por camisas largas.

Mas quando soube do interesse da CBF em usá-lo na Seleção Olímpica de Futebol, mostrou pique para perder alguns dos seus quilos excedentes e vem mostrando na sua cara o sorriso que gostamos de lhe ver.

Se mostrar metade da categoria do que se pode ver no clip abaixo, no seu futebol moleque de dribles com objetividade, e hoje com maturidade, pode ser que consiga fazer com que a sua equipe faça a bola correr até que chegue dentro do gol adversário.

Que o capitão Ronaldinho Gaúcho e o restante da equipe brasileira consigam finalmente o título que o futebol brasileiro nunca conseguiu.