sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Não ao fundamentalismo islâmico, sim à verdadeira espiritualidade de Maomé.

Fonte da imagem: http://www.iejusa.org.br/homenagens/grandesnomes.php

Crónica de António M. G. Lemos (em 3 partes)


1ª. Parte


Existem Dogmas que dependendo da região ganham ou perdem peso na sua (manipulada) interpretação. Se eles fossem debatidos em público, seja em escolas, universidades, e principalmente por órgãos de imprensa, muitas pessoas que não conhecem o Islã a fundo - seja porque não tem aceso a um exemplar traduzido para o seu idioma, seja por serem analfabetos, ou influenciados por outras religiões - jamais saberão dos direitos e deveres que Maomé lutou e pregou de verdade. Se nada se fizer contra o atual obscurantismo do islamismo, ninguém conseguirá cortar o gatilho da bomba pronta a explodir, que é confronto religioso.

Por exemplo no que diz respeito à Mulher e os seus direitos no Islã, apesar do Profeta ter dito que todo o islâmico sem exceção tem e deve exercer do direito de "sempre se aprimorar mais", são exatamente as mulheres que estão mais excluídas de tal direito de auto-consciência e respeito, garantido nos atos e pensamentos espirituais de Maomé.
Em algumas sociedades medievais antes do surgimento do Islã, era prática comum se matar as meninas e só deixar viver os homens, pois se via as mulheres como despesa. Até então as mulheres também não tinham direito a herdar, pelo contrário, muitas vezes eram repassadas como produto que fazia parte da herança que o falecido deixava. Foi o Profeta Maomé quem deu e defendeu o direito da mulher à vida, e o direito de herança, pois tal como o homem, ambos eram criação de Deus (Alah).

O mesmo acontece com a "circuncisão" feminina (corte do clitóris ) praticada em Àfrica e o apedrejamento das mulheres quando julgadas por infidelidade, que ainda hoje têm a sua prática erroneamente sustentada nas leis do Alcorão ou na "Sharia", apesar de tais práticas não serem mencionadas em nenhuma passagem do Alcorão, que esteja diretamente ligada aos atos e condutas do Profeta em vida.
Na verdade existe até uma passagem em que se conta que uma mulher, em frente de vários homens pediu ao Profeta o direito de se separar do seu marido porque o mesmo teria um "pênis adormecido". Enquanto os homens chocados com o termo usado pela mulher a olharam repugnados e críticos, o Profeta calmamente voltou-se para a mulher e lhe disse que se o marido não a podia satisfazer, ela teria direito de se divorciar dele. Imaginem quantas milhares de mulheres do mundo islâmico morrerão sem jamais tomarem conhecimento desta passagem do Alcorão.
Proibir a mulher de trabalhar e participar da sociedade tal como o homem, ou a obrigar a andar toda tapada como muitos fundamentalistas islâmicos ainda hoje exigem, é só mais uma deliberada manipulação dos Hadith em favor do poder patriarcal e político. No entanto se os fundamentalistas interpretassem a vida do Profeta corretamente, perceberiam que se ele escolheu Khadidja para ser sua esposa - uma poderosa negociante para quem ele havia trabalhado - prova que ele aceitava que as mulheres trabalhassem, negociassem e fossem até chefes. Na verdade foi Khadidja - uma Mulher - a primeira pessoa a se converter ao Islamismo.
A obrigatoriedade fundamentalista do uso de uma "burka" ou véu na rua todos os dias e a qualquer hora, é hoje tão absurda, como seria ir jogar futebol de calça e camiseta comprida, ou ir a uma igreja ou mesquita de biquíni.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Sem título

Parece que estou tendo um sonho, mais para pesadelo, do tipo um tanto infantil. Neste caso não é bem o medo de deixar o braço pendurado para baixo em quanto se está deitado na cama, à noite e de luz apagada, com medo que um jacaré apareça debaixo da cama e me abocanhe a mão.
A sensação é que puxam-me uma Mãe e as nossas mãos já só se conseguem manter juntas pelas pontas dos dedos. E não consigo acordar. E peço para que me (lhe) acendam a luz e não me ouvem...

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

A vez do irracional...

Fonte da imagem: UOL
Este levou uma bela de uma enrrabada de um dos touros que é solto, na Festa de San Sebastián de Los Reyes, na Espanha, para serem os alvos dos homens que gostam de brincar com a bicharada indefesa. Só três pessoas ficaram feridas.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Enquete

Adicionei um novo espaço ao Lanterna Acesa que é a "ENQUETE". Uma forma de buscar, de forma estatística, ainda que de forma induzida, a opinião dos visitantes sobre algum tema. Inauguro o mesmo com o assunto do que vem sendo discutido em volta da aventura do personagem TinTin quando em uma expedição ao Congo Belga.
Assinale o seu voto e acompanhe o resultado ao lado esquerdo da página. Voce não conseguirá repetir ou votar mais de uma vez acessando do mesmo IP.
Estarei aqui reproduzindo a notícia, com a devida vênia, que li no site da UOL:
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20 de agosto de 2007

Seria Tintin racista?

História da mais famosa personagem de Hergé que se passa no Congo é vista como preconceituosa
por Izabela Moi

Reprodução
No mesmo ano em que o centenário do artista belga Hergé (1907-1983) é celebrado, “Tintin”, o personagem que o fez famoso no mundo inteiro, é acusado de racista e se torna foco de debate nos Estados Unidos, Europa, Austrália e África do Sul.No final de julho, o segundo exemplar da série de 23 aventuras do jovem jornalista ao redor do mundo, “Tintin no Congo”, saiu das prateleiras da seção de infantis e migrou para a área destinada a adultos nas livrarias depois que a obra foi acusada pela Comissão pela Igualdade Racial (CRE) do Reino Unido. O volume, de 1931, conta a história na então colônia belga em fim dos anos 20. E ali, claro, o personagem central, loiro de olhos azuis, vindo da metrópole, é tratado como rei pelos congoleses - estes retratados, segundo o comunicado oficial da CRE, como “quase macacos, meio selvagens, falando como imbecis”.A origem da reação da organização governamental foi uma carta escrita pelo advogado inglês David Enright. Em meados do mesmo mês, ao entrar numa das livrarias da rede, em Londres, Enright sentiu seus filhos de 2 e 7 anos ameaçados pela imagem dos nativos mostrados ali. A esposa de Enright é negra, nascida no continente africano, e seus filhos são, portanto, também negros.
O Congo Belga tornou-se independente em 1960, mas logo após a Segunda Guerra, em 1946, o próprio Hergé fez uma revisão do volume, considerando que continha uma visão por demais “colonialista e paternalista”. O artista retirou, por exemplo, uma aula que Tintin dava aos congoleses – na primeira edição, de geografia, sobre a “sua pátria, a Bélgica”, substituindo-a então por uma de matemática.Após o pronunciamento da CRE, a editora sul-africana Human & Rousseau, a maior do país , que distribui livros por todo o continente, declarou publicamente que não vai traduzir o volume, por considerá-lo ofensivo. A rede de livrarias Borders mudou os livros de lugar, que já vêm com um prefácio explicativo, definitivamente para a seção de adultos também em suas lojas nos Estados Unodos e na Austrália (além do Reino Unido). A cadeia de livrarias WH Smith fez o mesmo. No início de agosto, o debate cruzou as fronteiras da língua inglesa e veio se instalar no universo francófono. O congolês Bienvenu Mbutu Mondondo, 38, estudante de ciência política na Bélgica, deu entrada em um processo contra a empresa Moulinsart (que detém os direitos mundiais de comercialização) para impedir a circulação de “Tintin no Congo”. A diferença aqui é que o debate tem outro tom. Na Bélgica, e principalmente na França, onde o personagem é quase tão adorado quanto Asterix e Obelix, as opiniões discutem o fato como censura anacrônica, ditadura do politicamente correto, criminalização de idéias sem referência ao contexto, ofensa à liberdade artística.
O jornalista e crítico literário Pierre Assouline, por exemplo, cujo blog sobre literatura no “Le Monde” é um dos mais populares na área, e também biógrafo do artista belga, acredita que o autor é fruto (e quase vítima) de sua época. Seu principal argumento é que ninguém escapou das “caricaturas” de Hergé, de comunistas a judeus. Por que os negros escapariam? O CRAN, organização não-governamental equivalente ao CRE, mas francês, sabe que o debate tem de ser levado ainda com mais cuidado por aqui. Patrick Lozès, presidente do conselho, disse à EntreLivros que preparam um pronunciamento para o início de setembro, pois acredita que esta questão tem de ser compreendida por um público maior que aqueles que se sentem pessoalmente ofendidos pelo quadrinho.O escritor alemão, e premiado pelo Nobel, Gunter Grass não escapou do debate sobre seu passado nazista, com ou sem contexto. Por que Hergé escaparia?
Fonte: http://www2.uol.com.br/entrelivros/noticias/seria_tintin_racista_.html

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Os 100 Anos da Beira não são um hotel...


A Beira vai fazer 100 Anos, a Beira fez 100 Anos, e parece que o Grande Hotel da Beira passou a ser mais importante que a própria data secular da cidade. Parece que o Grande Hotel marca a diferença entre a prosperidade do passado (sic!) e a Beira atual em ruínas devido ser esta um centro anti-frelimo. O Grande Hotel em uma versão da Cidade da Lata vertical de Maputo pelas divergências da Renamo da Beira e a Frelimo de Maputo. Nisto tudo há uma certa lógica. O Grande Hotel do passado colonial é o mau exemplo de algumas das coisas que o colonialismo, levado até à segunda metade do Séc. XX debaixo do chicote da ditadura fascista, fez em terras moçambicanas, e o atual, ou o que sobra do mesmo, sendo o resultado do que há de mau de uma administração que não consegue resolver os problemas da miséria e das grandes diferenças sociais em pleno Séc. XXI.
Querer ver o Grande Hotel pelo ângulo saudosista é no mínimo um exercício masoquista ou não querer entender que ele nunca existiu a não ser na cabeça de alguns sonhadores, tenham sido eles arquitectos, engenheiros, usuários da sua bela piscina ou noivos.

Antes daqui escrever estas linhas, já me havia encontrado a escrever alguma coisa em um Grupo do MSN onde se comentava um documentário que havia passado na RTPI, que não tive a possibilidade de o ver. Fiz o seguinte comentário (com algumas correcções):

O Grande Hotel da Beira não foi problema de saloios (no máximo, tanto quanto foram os do Hotel da Polana, da então LM) e nem por lá terem colocado um transmontano com experiência em administrar pensões. O problema, sabido desde o tempo do “tio” Oiliveirinha da nossa Bloguista (IO) e do pirata desta Nau, foi sim uma grande falta de estratégia e de planejamento.
A Beira serviu sempre muito bem para ter um belo porto e uma ferroviária para atender os países vizinhos, em especial a Rodésia. Já para o turismo, os bifes que lá chegavam eram mesmo para ficarem pelo camping do Macúti, e já vinham com os seus carros, e às vezes arrelotes, abarrotados de mantimentos, pois nem para isso gastavam lá umas moedinhas para comprar nada nas mercearias locais, a não ser umas boas cervejinhas geladas nos bares. Alguns ainda ficavam no Motel Estoril e mais tarde no vizinho São Jorge.
O Turismo em Moçambique colônia ficava pela Gorongosa e por umas coutadas de caças, já que nestas últimas ainda não era politicamente errado matar a bicharada. Ou alguém ouvia falar muito mais do que isso no que se refere ao turismo de "importação"? O resto ficava pelo turismo interno e em cima de dicas de amigos, da propaganda de boca a boca, sem investimentos ou grandes incentivos do estado.
O Grande Hotel foi sim uma megomania "colonialista", sem avaliação da própria incompetência, - incompetência ou falta de interesse planejada -, no ramo turístico (não hoteleiro em si) onde o Hotel Polana de LM escapou por estar na capital da província onde tudo acontecia...o pouco que acontecia, convenhamos.


* Não posso deixar de fazer aqui um referência a um post do João Tunes (Água Lisa 6) onde aborda o tal documentário e onde mostra um pouco dos aproximadamente 70 anos da Beira colonial verbalizados, mesmo que de forma ingênua, pela Patucha Jardim.

Colonialismo à portuguesa e à inglesa...


Em 14 de dezembro de 2004, escrevi em um antigo blogue, o "Sem Técnica", o texto que fui buscar para aqui o reproduzir. É que a semana passada o tema acabou, quase que três anos depois, por surgir novamente no ambiente de trabalho... ou nas consciências do planeta?
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Dizia a legenda da foto: Foto de Ricardo Rangel (para mim e para muitos, o Papa da fotografia moçambicana)
Hoje, no horário de almoço, colegas de trabalho me perguntaram qual a diferença entre o colonialismo inglês e o português em África, e qual teria sido o pior. O pior, não consigo exactamente dizer qual, afinal antes deveríamos relacionar quais as referencias para fazer tal avaliação. Possivelmente chegaríamos a várias conclusões para no final chegar a um consenso; Colonialismo é colonialismo, é estar na terra dos outros e ainda defender teses de que se está certo e foi um bem para a humanidade e ainda entrar na "justificativa" do contexto do momento histórico. Mas, para exemplificar uma diferença clara entre uma colônia inglesa que todo o brasileiro conhece, que é a África do Sul, e uma portuguesa, no caso Moçambique, que era a um moçambicano a quem pediam a sua opinião, lembrei-me de uma fortografia do grande reporter-fotográfico moçambicano Ricardo Rangel, tirada na década de sessenta. Vim rápidamente a casa imprimir a mesma para a levar ao escritório. Mostrei a foto aos mais interessados no assunto e perguntei se já tinham ouvido falar na legislação de segregação racial (apartheid) da antiga África do Sul. Todos conheciam. Disse-lhes então que em Moçambique a segregação nunca foi tão formal, oficial, tirando alguns excessos como a questão dos assimilados (usando o Séc. XX como referência). Por outro lado, em Moçambique, acontecia o que se via naquela fotografia, banheiro para Serventes e outro banheiro para Homens (na foto não se via mas com toda a certeza também havia banheiro para Mulheres). Alguém mais rápido no gatilho, perguntou-me se havia, na altura, em Moçambique serventes brancos. Tive que responder que não me lembro de ter visto nenhum. Se havia estava com toda a certeza na exceção que existe em toda a regra, e ainda tenho dúvidas qual seria o banheiro que usaria nesse caso. Era a segregação sem leis. Mas nem eu consegui concluir e muito menos opinar qual delas era pior, a segregação sem leis ou com leis...dependia do contexto e para alguns, dos interesses.

domingo, 19 de agosto de 2007

Ainda carros...

Mais umas máquinas, agora com fotos tiradas além por mim também pelo meu filho Filipe no evento "Força Livre - MortorSport / Show, realizado neste final de semana.
Cada vez fico mais maravilhado, e até admirado, com a qualidade e quantidade de máquinas que Curitiba desfila. Neste evento, muito maior do que se viu na semana passada, comprovou-me mais uma vez a queda dos curitibanos pelas máquinas e motores, sejam elas antigas ou atuais.
Durante a semana, com tempo, colocarei aqui mais umas fotos que tiramos no passeio de pai e filho.
Viemos com a sensação que cheirávamos a gasolina... ou talvez não fosse sensação e sim o resultado de um vazamento de combustivel no nosso Puminha 1973. Coisas de carro antigo, que merecem manutenção constante.

domingo, 12 de agosto de 2007

Quatro rodas, uma paixão.

Fotos tiradas no encontro "Curitiba Motor Racing", que aconteceu nestes dias 10, 11 e 12/08/2007.

A mistura do antigo e do moderno comprova que máquinas são máquinas, dentro dos seus tempos, imcomparáveis.
Há quem dê um toque de modernidade em uma antiga máquina, há quem envelheça um pouco mais uma velha relíquia.
As grandes máquinas, não só na potência mas também no tamanho, estiveram presentes. O Filipe nos seus 10 anos de idade já não é um corpo dos maiores, mas ao lado de um "Rei do Asfalto" quase desaparece.



Este grupo de Volkswagen´s são de proprietários que têm algo em comum. Todas as suas relíquias são pintadas na oficina de reformas (funilaria e pintura) Nipon de um amigo da minha filha Sofia e do seu namorado Dirk, que estava lá representando o seu irmão Eric com a sua versão Herby, do "Se o meu Fusca Falasse", já que a sua TL está no estaleiro. O Ronaldo é um verdadeiro artista e reconhecidamente um dos melhores do Brasil. Ando a arrumar coragem para pedir que o Ronaldo tenha coragem para personalizar o meu Puma GT 1973.

Dois dos quatro carros que foram trazidos do Japão para participar deste encontro. Casualmente o Filipe estava com um casaco que parecia feito sobre medida para a foto.

Uma Amazonas 1.600 c.c., de fabricação brasileira, motor Volkswagen, e um Fusca, ambos da Polícia de Trânsito Brasileira. O Fusca, por muitos chamado de Joaninha, usado até ao final da década de 70. Já a Amazonas foi usada principalmente na década de 80 mas ainda se via na nossa polícia na década de 90.

A clássica Limousine Mercedes-Benz.

As máquinas reestilizadas pela equipe do curitibano Tarso Marques.

Pai, o nosso dia!


As mulheres, quando Mães, são homenageadas nesse dia e no dia das Mulheres. Nós, Pais, temos que fazer a vez dos Homens neste único dia em homenagem ao nosso sexo cada vez mais fragilizado em uma sociedade que tem dificuldades de dividir igualmente. Parece que sempre haverá alguém que deve estar por cima. Não, não seja sexualmente induzido pela minha colocação.
Mas voltando ao Dia do Pai, que aproveito ser a grande homenagem ao Homem sem que haja a necessidade de se criar mais um dia no calendário comercial do planeta ocidental, e dizer:
Como é bom receber um beijo especial como despertador, só porque dizem ser hoje um dia especial, dos meus filhos e da minha amada amante, mãe dos meus filhos, e receber os presentes que materializam esse amor, pois estão neles embutidos esse sentimento. Ainda mais quando além dos presentes comprados junto com a Mãe, cada um deles compra em separado o que lhes apetece comprar; a Sofia, que já tem o seu emprego, ofereceu-me um Pen Drive de 2GB, pois ela percebe bem quantas vezes penso, e não faço, “preciso comprar um pen drive e só me lembro quando preciso dele...”, e o Filipe, nos seus dez anos e com as suas poupanças das mesadas foi-me comprar um CD do Pink Floyd, Wish You Were Here, mostrando que conhece o pai, inclusive o lado musical que lhe toca.
Um abraço especial para os meus filhos e para a Mãe deles e um outro para todos os Homens, mesmo que não sejam pais mas que tenham princípios que possam passar para gerações futuras sãs.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O esporte está doente

Fotos do Google-imagens

Antonio Maria G.Lemos - Zurique 08/08/2007

Últimamente o que mais se lê são os escândalos consecutivos nas mais variadas modalidades esportivas. A sensação de que os nossos heróis já nascem dopados fica cada vez mais presente e claro. O que é pior, parece que a má vontade de mudar esse caminho iniciado e omitido há muitos anos atrás por todos nós cresce com o brotar dos escândalos. O que mais se vê são as diversas federações esportistas empurrarem a culpa para os clubes e pressão dos patrocionadores, enquanto que as classes juvenis continuam engatinhando debaixo dessas nuvens (ob)escuras.

Na verdade hoje em dia não se pode mais vibrar e torcer com toda a alegria e emoção, pois atrás da orelha algo coça e faz nos lembrar que talvez amanhã o recordista de hoje tenha que devolver a medalha dopada.

O último Tour da França - também conhecido como o Tour da Farça - mais uma vez de forma cruel mostrou aos seus fãs e adeptos o que todos nós fingiamos não saber.
Os nossos heróis já não são mais humanos? Não, eles são só um resumo do produto final gerido pela nossa sociedade de consumo e da pressão que nos obriga a conquistar sempre melhores desempenhos. (Sejam eles econômicos, esportistas, etc...) A pressão de se ser sempre e sempre melhor do que fomos ontem é tão grande, que humanamente, seja no sentido físico ou idôneo da palavra, deixou de ser possível de alcançar. Criou-se um problema, em que todos nós, somos ao mesmo tempo génio e a criatura monstruosa por nós criada.

O problema é que além dos conhecidos anabólicos que qualquer cidadão hoje pode comprar sem receita médica para aumentar a massa muscular nos seus treinos em clubes de "fitness" mundo afora, existem os métodos mais desenvolvidos, específicos, difíceis de comprovar e correntemente usados nos esporte dito profissional. Enquanto governos, federações, clubes, patrocionadores, redes de televisão, jornais e nós espectadores. não tivermos vontade ética e coragem para combater a "ilegal" legalização do consumo desses produtos. nada mudará.
Se levarmos em conta que no próximo ano as Olimpíadas serão na China, (mundialmente conhecida pela prática da corrupção no mercado financeiro e uso de "doping" nos esportes ), só nos resta esperar que a Confederação Mundial Olímpica seja consequente no controle, e faça dessa ocasião um marco que entre para a História do combate ao doping.
Por sorte, ultimamente alguns exemplos têem sido dados por algumas federações, canais de televião e governos, que nos mostram que nem tudo está perdido. Durante o último Tour da França os canais alemães ARD e ZDF que pagaram enormes somas para poderem transmitir ao vivo três horas diariamente, depois do primeiro escândalo e descoberta de uso de doping - neste caso foi descoberto o uso de transfusão de sangue enriquecido e oxigenado - assumiram a perda do dinheiro pago, mas em sinal de protesto negaram-se a transmitir A Farça, passando a só fazerem uma transmissão de um resumo de vinte minutos diários. Decisão correta que recebeu ainda mais respaldo com a descoberta de outros casos de doping nos dias que seguiram à decisão de cancelamento das suas transmissões. Neste mesmo Tour, devido à pressão feita pela mídia, pela primeira vez vários patrocionadores que não queriam ver o nome das suas marcas envolvidas nesses escândalos, cobraram a exclusão de suas equipes, fazendo que pelo menos três equipes abandonassem o Tour antes de chegarem a Paris.
Há que parabenizar os grupos ARD e ZDF, dois concorrentes na mídia alemã, que aproveitando o momento mais que oportuno (e na hora certa), se aliaram para declararem "guerra" aos organizadores, confederações e governos de grandes eventos esportivos. Conseguiram com que vários esportistas do passado e atuais voluntáriamente ganhassem voz ao reconhecerem em público que fizeram ou fazem uso de doping. Passando assim a denunciar várias pessoas poderosas do mundo esportivo europeu, que se não estão ou estavam diretamente envolvidas no aumento "a qualquer preço" do desempenho físico dos esportistas, pelo menos sabiam quais as federações, equipas ou esportistas que as praticavam ou fechavam os olhos. Ficou claro ao público que alguns esportistas do passado, hoje sofrem de doenças de rins, fígado e coração devido ao uso de químicas, que sendo elas quase sempre ilegais, fizeram deles quando jovens, verdadeiras „inocentes“ cobaias que hoje, no esquecimento das glórias passadas, estão pagando com as suas vidas.
Enfim, a boa notícia é que os escândalos já tomaram formato jurídico e vários processos com advogados de peso em vários frontes tiraram a vergonha das estradas e arenas, levando-as para o lugar certo de serem tratadas os temas ilegais, os Tribunais civis. (Pois os tribunais desportistas, não só nos países do Leste, estão totalmente corrompidos e sujos para com idoneidade esclarecerem a fundo as causas e culpados de tais práticas.)
Outra boa notícia movida pelo novo posicionamento de alguns grupos da mídia européia, que tiveram coragem de ir contra equipes ou esportistas e patrocionados – muitas vezes também grandes clientes da sues/TV, como Phonak, Telecom, etc - foi que os governos alemães e suíços de repente (!) liberaram verbas para os departamentos nacionais de controle e pesquisa anti-doping. Das boas notícias pode-se também contar que só o Comitê Olímpico Suíço investirá a partir de 2008 um milhão de francos suíços a mais, no controle intensivo de todos os seus desportistas olímpicos.
Além disso nos parlamentos suíço, austríaco e alemão, os políticos, (sedentos por uma nova causa derrepente popular), estão querendo criar leis que podem levar à exclusão perpétua de um esportista para sempre da federação nacional, o que segnificaria o fim da sua carreira. (Se ficar comprovado que em algum torneio representando a bandeira do seu país usarão doping.)
No caso dos esportistas que denunciarem que sofrem pressão de alguém, equipe ou patrocionador para fazerem uso de doping serão assistidos por advogados da federação competente contra os acusados/denunciados e recebem amnistia depois de um curto período punitivo de exlusão da Federeação a que pertencem.
Só punindo com consequência e rigor todos os envolvidos nessa maquiavélica máquina, é que se poderá incentivar os jovens à prática do esporte (profissional ou não).

Claro que há muitos interesses a ser defendidos com os mais claros e obscuros motivos. Alguns hipócritamente negarão até ao fim terem feito uso de doping, acreditando que a mentira deles, ficará eternamente sendo a verdade dos seus adeptos.
Haverá sempre os apologistas da legalização parcial de produtos que aumentem o desempenho físico para fazer "o circo" mais interessante. Acrescentando mais cínicamente que sem o uso de "certos métodos" os recordes do esporte como um todo, não serão mais praticáveis. Nesse ultimo grupo incluo o espanhol Dr.Fuentes que se gaba em suas palestras bem pagas, de não fazer nada ilegal, e sim fazer parte de uma minoria de bons médicos do meio esportista que sabem otimizar os rendimentos dos seus pupilos. (Na base das grandes empresas de auditoria; para cada $ investido, garantimos $$ de volta.) Onde preparadores físicos, patrocionadores e federações negam qualquer cumplicidade, mesmo havendo listas apanhadas nas rusgas policiais passadas, onde vários esportistas de peso mundial, aparacem como clientes.

Os Tours de ciclismo nos tempos do saudoso português Joaquim Agostinho tinham etapas muito mais longas que as de hoje e mesmo assim, com muito menos doping e pressão dos horàrios da TV e patrocionadores, as estradas do percurso estavam sempre lotadas de fãs que à beira do percurso ficavam esperando horas, até que os ciclistas num par de segundos passavam pedalando na sua frente.
Eram os tempos em que com duas câmaras de ar e uma corrente entrelaçadas no peito e na cintura, bomba de encher no aro, os ciclistas se levantavam às cinco da manhã (com chuva, sol ou neve), para duas horas depois já estarem pedalando os primeiros metros dos 400 Kms (!!) que iriam acabar de percorrer ao anoitecer. Os amigos ou companheiros de pedalação, sendo da mesma equipe ou não, se encontravam nos restaurantes simples de estrada para fazerem uma pausa, (afinal o corpo não é mesmo de ferro), comerem muitos carbo-hidratos, beber um copito de vinho tinto que também não caía mal, antes de voltarem a pedalar a sua própria corrida, seu objetivo pessoal.
Romantismo?! E isso não faz do esporte? Não seria a visão do verdadeiro sacrifício humano na busca do alcance dos seus próprios limites físicos e mentais, que nós procuramos ver nos nossos heróis?
Romantismo ou não, o que é certo é que não se pode querer negar verdade eternamente nem a índole do esporte em si, e assumir que muito antes dos dopados Carl Lewis (atletismo), Indurain (ciclismo), Barry Bonds (Baseball) e muitos outros esportistas, do futebol, remo, hóquei, natação, box, vôlei etc, o esporte já existia e fazia sucesso desde os mais remotos tempos da nossa civilização.
Só que ao contrário daquela época, hoje incentivar os nossos filhos a praticarem esporte, dizendo-lhes que esporte dá saúde e glória, soa extremamente cínico.
A inversão ou manipulação dos valores sociais, são o verdadeiro motivo do "anabolismo" da nossa sociedade, do qual o esporte é só uma ínfima parte dela. Ao nada se fazer contra o doping, os nossos heróis de hoje serão sempre rápidos ou temporários como uma chama de um palito de fósforo. Serão uns vaap-vuup, idênticos aos participantes de um prostituído "jet-set" formado no Big Brother Global, que amanhã ninguém mais se recordará de seus nomes. Os recordes se resumirão a um segundo de celebridade, comprovando o lado ridículo e hipócrita humano que nós ás vezes, ao negarmos o ter dentro de nós ou por ele sermos manipulados, jamais voltaremos a pisar o verdadeiro e limpo pedestal da História Esportista Humana.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Medalha de latão para a Casa da Moeda

Fonte da Imagem: UOL

O que mais guarda para história um lugar de destaque na participação de um atleta em jogos como o recém Pan – Americanos, são as medalhas que lhes são colocadas ao peito quando sobem ao podium.
Pois mal faz uma semana que terminou a festa do 2007 e já sabemos de cinco atletas brasileiros que estão com as suas medalhas quebradas. Medalhas estas produzidas pela Casa da Moeda do Brasil que já se prontificou a trocar as dos atletas brasileiros. Mas como ficarão, além da vergonha para o Brasil, resolvidos os casos dos atletas dos outros países?

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Algo errado ou tudo errado...

Fonte da Imagem : GLOBO.COM
Dois atletas cubanos, lutadores de boxe, que abandonaram a delegação do seu país quando dos jogos Pan-Americanos foram descobertos na Região dos Lagos, no litoral do Estado do Rio de Janeiro.
História contraditória esta! Alguns tópicos após o reencontro dos atletas Erislandy Lara, de 24 anos, e Guillermo Rigondeaux, de 25, em Araruama:

a- “Os dois boxeadores cubanos vão ser deportados de volta para a Cuba, explicou o delegado federal Felício Laterça, responsável pelo caso."Eles estão sem documentos. Essa já é causa suficiente para serem deportados", contou Laterça.”

b- “Eles falaram que estão arrependidos e querem voltar pra casa. Os boxeadores recusaram a assistência de advogados que foram até a delegacia em nome dos empresários. Os advogados se negaram a ir embora e foram autuados por desacato e desobediência.”

c- “O delegado explicou que já foi solicitado ao governo cubano que adquira as passagens de volta, e providencia os passaportes dos atletas. Mas, caso Cuba não banque a viagem, o delegado disse que o governo federal pode ter de pagar.”

d- “Segundo a nota do MPF, a procuradoria quer saber se, conforme foi apontado pelos pugilistas em depoimento, eles foram aliciados para ficar no Brasil; se foi dado a eles quaisquer substâncias entorpecentes; e se eles sofreram privação de liberdade.”

Tenho uma grande dúvida; Saberão estes dois jovens que estão em um país democrático, que tem motivos muitos para pedirem asílio político ou estarão se sentindo acuados, sobre a mira da polícia política cubana?

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

O valor hoje não está no fotojornalista, está no Chapa do meu Pai

Me desculpem se estou colocando um ambiente demasiado familiar no Lanterna. Mas a chance foi dada por um comentário, ou a tentativa de "postar" um comentário por parte do RR e que a Tia acabou enviando-me em um e.mail. E são palavras tão deliciosas deste casal que não me contive em transformá-las em um próprio "Post".
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Olá Zé Paulo ,
levei o tio ao teu Blog e ele queria fazer um comentário , só que eu , zero à esquerda , não soube encaixar , então fiz copy/ paste e vai via E-Mail
Um abraço dos teus tios Beatrice e RR

Ricardo Rangel disse :
Zé Paulo que bom saber que os filhos do meu mestre não se esquecem dele .Re- li os artigos . Lembro - me muito bem deles , também acho que ainda tem actualidade .
Um abraço maningue grande deste vosso tio RR