domingo, 6 de janeiro de 2008

"A Arte em Moçambique", na visão colonial de 1966


Estava eu dando uma relida na velha edição de “A ARTE EM MOÇAMBIQUE”, 1966, de Alberto Feleciano Marques Pereira, Professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina, há época.
O rever o livro é o interesse na arte que ali está registrada, e a história que nela é contada, seja através de esculturas, pinturas, poesia, monumentos como igrejas, fortes ou mesmo outros tipos de edifícios, e relatos.
Sem nenhum espírito de revanchismo, até porque não seria eu que o deveria ter, ainda assim não se consegue deixar de observar algumas afirmações que só mentes extremamente colonialistas podiam fazer. Afirmações hoje quase patéticas, que me desculpem a terminologia os ainda defensores das terras portuguesas além mar.
Vou aqui, nos próximos dias, transcrever algumas destas afirmações registradas neste belo exemplar de arte, mas não tão sábio quanto à visão tacanha sobre um território que já derramava sangue pelas injustiças que por lá vinham se plantando em nome de uma pátria de alguns. Com tempo, estarei também reproduzindo algumas das imagens do livro, com a devida vênia.

Hoje estarei mostrando a forma relativamente leve com que o autor do livro escreve as primeiras linhas para fazer a introdução e justificar o tributo.


"À mais bela Urbe da Província,

À cidade de Lourenço Marques, cujos brasões são o símbolo imperecível da descoberta e soberania portuguesa em todo o vasto litoral oriental de África,

À terra em que me criei e me eduquei, que é minha pelo coração e pelo espírito...

Este modesto contributo pessoal para um melhor esclarecimento do valor do seu patrimônio espiritual e material."
.
* O brasão acima está na mesma página do texto transcrito.

Um comentário:

septuagenário disse...

A igreja jamais perdeu um comboio.
E muda de comboio na hora certa.
Agora até se chamam ONG´s.