terça-feira, 8 de janeiro de 2008

"A Arte em Moçambique", na visão colonial de 1966 - Parte III

(Clique sobre a imagem para melhor visualizar)

Quem no livro representou a Igreja Católica, eu diria que pelo lado direito e como braço direito de um sistema fascista e colonialista, foi Dom Custódio Alvim Pereira, então Arcebispo de Lourenço Marques. Se tínhamos verdadeiros heróis na Igreja Católica que em muito se envolveram no apoio à população menos favorecida nos tempos de colônia, também tínhamos uma Igreja de braço dado com o colonialismo. Abaixo o registro de Dom Custódio no livro "A Arte em Moçambique", editado em 1966:


A VOZ DA IGREJA


O livro que agora se apresenta ao público do Continente e do Ultramar é daqueles que honram a nossa cultura e o Autor.

Quis este que figurassem no início da Obra algumas palavras da Autoridade máxima da Igreja Católica, em Moçambique. E porque isso não diz respeito à minha pessoa mas à Igreja que tenho a honra de servir nestas queridas terras da nossa África, aqui estou a marcar presença. Presença que é de há séculos; que se tem afirmado nos tempos difíceis e nos de prosperidade; presença que deseja ser, sobretudo hoje, activa e eficaz, em todas as manifestações da vida em Moçambique.

A transformação que o mundo de nossos dias está atravessando não pode ter bom termo se não for alumiada pelos valores do espírito. São estes que a Igreja Católica vem afirmando e defendendo, aqui, como em toda a parte. Também neste século que há-de deixar que falar, Ela está marcando a sua presença na vida religiosa, como na cultura e na evolução social, à custa de não poucos sacrifícios. Mas estes, digo-o com orgulho, são a glória e a coroa de quantos trabalhamos nestas terras da África Oriental, por Deus e pela Pátria.

Nenhum comentário: