Voltando ao "A Arte em Moçambique", na visão colonial de 1966, não poderiam de ter deixado de dar voz ao então Governador- Geral da Província de Moçambique, General José Augusto da Costa Almeida. Interessante como em um livro que teóricamente tem como foco a arte é usado claramente como ferramenta política, neste caso pela continuidade colonialista em pleno Séc. XX.
Abaixo, o depoimento do então Governador de Moçambique:
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RAZÃO DE SER...
É preciso conhecer o Ultramar para se ter uma idéia exacta da verdadeira grandeza do nosso País.
A descontinuidade do território e a distância a que se situam as diversas parcelas que o constituem foram, durante muito tempo, a causa de não apenas os estrangeiros mas os próprios nacionais desconhecerem, práticamente, as Províncias de Aquém-Mar, tendo delas fixado apenas alguns nomes e contando algumas histórias mais ou menos fantasistas. E muito prejudicial foi, sem dúvida, a ignorância em que se viveu acerca do nosso Ultramar.
A facilidade e rapidez das suas comunicações com a Metrópole e com os territórios vizinhos, os numerosos visitantes nacionais e estrangeiros que chegam com freqüência cada vez maior, o súbito interesse de algumas nações estrangeiras por problemas que só a nós dizem respeito, tudo tem contribuído para que o Ultramar passasse para a primeira linha das certezas e Moçambique seja uma das mais promissoras parcelas do mundo português.
Acordado o interesse da Nação para a riqueza e potencialidade dos seus territórios ultramarinos, onde, uma laboriosa população se afirma por obras e por actos como genuinamente portuguesa, herdeira das qualidades que fizeram a grandeza do nosso passado e que são a garantia do nosso futuro, Portugal canaliza para as terras de África muitos dos recursos, na certeza de que as suas fronteiras dilatadas pelo valor indomável dos seus filhos, estão muito longe do Minho e do Algarve, e que é aqui, no Ultramar, que é preciso consolidar a independência nacional e defender a civilização cristã, uma e outra ameaçadas por desmedidas ambições e por falsas ideologias.
Tenho para mim que um dos melhores serviços que se podem prestar a Moçambique é justamente tornar cada vez mais conhecida, tanto de nacionais como de estrangeiros, essa admirável Província. É por isso que, como português e como moçambicano que muito me prezo ser, não posso deixar de saudar com simpatia a presente publicação do Professor Alberto Marques Pereira, que, visando o conhecimento de Moçambique, presta ao mesmo tempo, sem sombra de dúvida, um inestimável serviço a Portugal.
A descontinuidade do território e a distância a que se situam as diversas parcelas que o constituem foram, durante muito tempo, a causa de não apenas os estrangeiros mas os próprios nacionais desconhecerem, práticamente, as Províncias de Aquém-Mar, tendo delas fixado apenas alguns nomes e contando algumas histórias mais ou menos fantasistas. E muito prejudicial foi, sem dúvida, a ignorância em que se viveu acerca do nosso Ultramar.
A facilidade e rapidez das suas comunicações com a Metrópole e com os territórios vizinhos, os numerosos visitantes nacionais e estrangeiros que chegam com freqüência cada vez maior, o súbito interesse de algumas nações estrangeiras por problemas que só a nós dizem respeito, tudo tem contribuído para que o Ultramar passasse para a primeira linha das certezas e Moçambique seja uma das mais promissoras parcelas do mundo português.
Acordado o interesse da Nação para a riqueza e potencialidade dos seus territórios ultramarinos, onde, uma laboriosa população se afirma por obras e por actos como genuinamente portuguesa, herdeira das qualidades que fizeram a grandeza do nosso passado e que são a garantia do nosso futuro, Portugal canaliza para as terras de África muitos dos recursos, na certeza de que as suas fronteiras dilatadas pelo valor indomável dos seus filhos, estão muito longe do Minho e do Algarve, e que é aqui, no Ultramar, que é preciso consolidar a independência nacional e defender a civilização cristã, uma e outra ameaçadas por desmedidas ambições e por falsas ideologias.
Tenho para mim que um dos melhores serviços que se podem prestar a Moçambique é justamente tornar cada vez mais conhecida, tanto de nacionais como de estrangeiros, essa admirável Província. É por isso que, como português e como moçambicano que muito me prezo ser, não posso deixar de saudar com simpatia a presente publicação do Professor Alberto Marques Pereira, que, visando o conhecimento de Moçambique, presta ao mesmo tempo, sem sombra de dúvida, um inestimável serviço a Portugal.
José Augusto da Costa Almeida
General
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