sábado, 1 de novembro de 2008

Acesso a e.mails e controle de acesso à internet pelas empresas


Fonte da Imagem:
Informática UOL

O Paulo Granjo, do competente Antropocoiso, levantou um tema polemico a partir do que caracterizou de violação dos e-mails dos funcionários da Direcção-Geral de Impostos, pela Inspecção Geral da Finanças, em Portugal.
Em um dos seus post´s acabei, na caixa de comentários, por lá apontar o meu ponto de vista divergente com o dele – confirmou-se que não podemos concordar sempre – , e de lá surgiu a idéia de desenvolver mais o tema, para deixar o mais claro possível esta minha visão.

Antes de entrar especificamente em duas ferramentas, o e.mail e a internet (esta última a ser explorada em outro post), coloco como vejo uma empresa e/ou órgão público, independente dos seus objetivos econômicos ou sociais, na sua estrutura organizacional.
Há a necessidade, para se poder administrar um estrutura viva, como é uma empresa, de um conjunto de ferramentas que se pode denominar de um sistema. De forma simples, podemos dizer que um sistema é estruturado por pessoas, por um organograma, vertical ou circular, por normas e instruções, por “sub-sistemas” informatizados, ou não, para transformar dados em informações gerenciais, “sub-sistemas” informatizados, ou não, para desenvolver produtos, sistemas de comunicação, sendo este último um dos grandes segredos do sucesso dos grandes empreendimentos.
As ferramentas de comunicação, com o advento da internet, tecnologicamente ganharam extrema velocidade, o que não necessariamente representa qualidade de comunicação. Se a comunicação não for boa e a velocidade for muita, o desastre poderá ser antecipado.
Se só por isso a direção de uma empresa já deve ter a preocupação de como lidar com ferramentas como o e,mail, existirão muito mais motivos para tal. Claro que a empresa deve também investir no desenvolvimento da qualidade da comunicação, mas não deve desprezar a necessidade de controlar o que é expedido e/ou recebido pelos seus colaboradores.

Outros motivos para o controle, serão

- Pelos temas abordados, certificando-se se mais gente deve estar sintonizada com o assunto. Tenho visto sucesso na implantação de criação de grupos, por tema / setor / onde se você envia um e.mail para alguém para tratar de um tema, automaticamente outras pessoas recebem este mesmo e.mail. Uma forma de envolver obrigatoriamente mais gente em um tema, buscando através do envolvimento, a melhoria do entendimento, a melhoria da comunicação, onde dentro desses grupos normalmente tem alguém da direção ou alguém que a represente;

- Por questões de assuntos estratégicos, onde a direção deve ter a possibilidade de controlar, dentro do possível, que informações chaves não vazem. Se as regras estão claras, entre empresa e colaboradores, ninguém tem que se sentir violado se a direção da empresa em algum momento vier a ler um e.mail, seja no computador do funcionário, ou mesmo no servidor de e.mails, quando a empresa adota este tipo de estrutura, ou seja, de ter o seu próprio serviço de e.mails;

- Por questões de controle de entrada de vírus, seja por arquivos que vêm anexos de forma proposital, mas que não se sabe que junto vem um vírus, ou aqueles arquivos que vêm em e.mails spam. São conhecidas histórias, que por falta de controle do que anda dentro das empresas, mesmo com anti-vírus instalados, de empresas terem grandes prejuízos por perdas de dados, ou queda dos seus sistemas, ou mesmo roubo de dados estratégicos, tudo por causa de aparentes inofensivos e.mails.

- E ainda em uma linha mais radical, o e.mail dentro da empresa ou organização, é para ser usada a favor dela. Identificado o contrário, poderá, ao meu ver, ser motivo para que a empresa tome sim providências em relação ao colaborador, dentro do bom senso necessário para cada situação encontrada.

Não vejo como inverter-se valores, como se achar que é invasão de privacidade a direção de uma organização poder acessar os dados de um dos sub-sistemas. Afinal o e.mail está inserido na empresa, através de investimentos feitos por esta, para ser uma das partes que compõem o macro-sistema, os quais os colaboradores também fazem parte. Não deve a direção pedir autorização a um colaborador ou ter uma autorização judicial para ler um relatório gerencial confeccionado por um colaborador. Não deve também a direção ter que solicitar a autorização para um colaborador, nem mesmo uma autorização judicial, para ler uma correspondência feita em nome e pela empresa, desde que esteja claro entre as partes que esta ferramenta é uma ferramenta de trabalho e não pessoal.
Dentro de um tema polemico, há ainda o que explorar. Mas já vai longo o post e o próximo entrarei na internet , produtividade X improdutividade.

Post´s do Paulo Granjo, no Antropocoiso:

2 comentários:

Anônimo disse...

Também creio que o sistema de mails das empresas, pertencem ao património das mesmas, tal como o clipse, grampeador, telefone, fax e mobiliário em geral. O abuso no uso de tal património, deve ser coíbido e controlado pela empresa.

Para evitar maiores problemas para os que esquecem as fronteiras dos direitos e deveres da vida profissional e privada,talvez deveria mesmo constar no contrato, como é o caso da minha empresa, que o empregador usará do direito de controlar a correspondência de mail sempre que considerar necessário. E que em caso de abuso do mesmo, poderá ser motivo de demissão por justa causa. (Assim se o empregado ainda insistir no direito privado aos custos da empresa, não poderá dizer que não foi avisado desde o início.
Aqui na Suíça, há empresas que colocam no seu server um filtro que registra os usuários que entram em páginas pronográficas no emprego,de radicalismo político como os sites Nazis, ou que estão usando de serviços Chat, como MSN, Facebook, skype etc, no emprego, para efeitos privados.

Não creio que as empresas ao fazerem tal filtragem estejam entrando na privacidade do empregado, e sim o contrário. Afinal quem aceita um emprego, deverá partir do principio que durante o trabalho, não está li para resolver ou usar do sistema de internet, investimento da empresa, para uso privado. (A mim mesmo me irrita quando vejo colegas horas ao telefone em papo furado privado, enquanto os outros estão suando e dando duro. E infelizmente isso se encontra em muitas empresas privadas e não só no serviço público.)


Esses que são apanhados com a boca na botija,para se desculpar, procuram virar as cuecas ao avesso, o que não ajuda muito, pois o mau cheiro continua.

António Maria

Zé Paulo Gouvêa Lemos disse...

100%

Um abraço.