Parte IV
Quando o dia começava a clarear, já no dia 10 de Setembro, como se o Sol nos protegesse, fomos até Maxixe, onde a minha Mãe pediu um quarto para ela e para mim e um outro para o motorista. De novo, o motorista preferiu ficar acomodado no carro. Queria de alguma forma qualificar um distanciamento, talvez para se proteger e para nos proteger.
Dormimos umas horitas, antes do almoço. Quando acordei, a Mãe já havia definido a nossa travessia nas barcas para Inhambane, para irmos ao encontro do Dr. Domingos Arouca, advogado, antigo companheiro do Pai. Ali ela sabia que teria informações mais reais do que se passava, e tentaria contactar os nossos em Lourenço Marques.
Chegamos a Inhambane logo depois do almoço, e fomos diretos ao escritório do “Correspondente do Notícias da Beira”, em Inhambane, que lá estava alguém que nos levaria até à residência do Dr. Arouca.
Ao chegarmos à casa do casal Arouca, uma imagem impressionante que me marcou para o todo sempre. Uma imensidão de gente, sentada ao redor da casa, ouvia o Dr. Domingos Arouca a falar, não em português, provavelmente em alguma língua bantu. Foi impressionante, pois se a reunião de tanta gente já é marcante para uma situação que atravessávamos, a postura de liderança que ali presenciei foi extraordinária.
Explicava-nos a esposa do Dr. Arouca que aquele grupo de pessoas se preparava para se juntar a um outro grupo para rumarem, a pé, até Lourenço Marques para defenderem o Acordo de Lusaka e acabarem com o que definiam como um movimento reacionário que tinha tomado a Rádio Clube de Moçambique. O Dr. Arouca buscava ali manter a razão acima das emoções, e dizia-lhes que as lideranças revolucionárias moçambicanas e portuguesas estavam juntas para resolver o problema sem derramar ainda mais sangue inocente.
Na casa havia um adolescente, que distribuía água entre as pessoas. Não me lembro se era filho ou sobrinho do casal Arouca. Logo eu estava ajudando-o nesta tarefa.
Essa noite, depois de avisarmos o motorista que ficara em Maxixe, dormimos em casa dos Aroucas, debaixo dessa adrenalina do controle da multidão por parte da liderança do Dr. Arouca.
Eu ficava imaginando o que não iria acontecer se aquela gente partisse de facto para Lourenço Marques! Me preocupava com o que se passava com os meus irmãos, tios, primos, amigos.
Quando o dia começava a clarear, já no dia 10 de Setembro, como se o Sol nos protegesse, fomos até Maxixe, onde a minha Mãe pediu um quarto para ela e para mim e um outro para o motorista. De novo, o motorista preferiu ficar acomodado no carro. Queria de alguma forma qualificar um distanciamento, talvez para se proteger e para nos proteger.
Dormimos umas horitas, antes do almoço. Quando acordei, a Mãe já havia definido a nossa travessia nas barcas para Inhambane, para irmos ao encontro do Dr. Domingos Arouca, advogado, antigo companheiro do Pai. Ali ela sabia que teria informações mais reais do que se passava, e tentaria contactar os nossos em Lourenço Marques.
Chegamos a Inhambane logo depois do almoço, e fomos diretos ao escritório do “Correspondente do Notícias da Beira”, em Inhambane, que lá estava alguém que nos levaria até à residência do Dr. Arouca.
Ao chegarmos à casa do casal Arouca, uma imagem impressionante que me marcou para o todo sempre. Uma imensidão de gente, sentada ao redor da casa, ouvia o Dr. Domingos Arouca a falar, não em português, provavelmente em alguma língua bantu. Foi impressionante, pois se a reunião de tanta gente já é marcante para uma situação que atravessávamos, a postura de liderança que ali presenciei foi extraordinária.
Explicava-nos a esposa do Dr. Arouca que aquele grupo de pessoas se preparava para se juntar a um outro grupo para rumarem, a pé, até Lourenço Marques para defenderem o Acordo de Lusaka e acabarem com o que definiam como um movimento reacionário que tinha tomado a Rádio Clube de Moçambique. O Dr. Arouca buscava ali manter a razão acima das emoções, e dizia-lhes que as lideranças revolucionárias moçambicanas e portuguesas estavam juntas para resolver o problema sem derramar ainda mais sangue inocente.
Na casa havia um adolescente, que distribuía água entre as pessoas. Não me lembro se era filho ou sobrinho do casal Arouca. Logo eu estava ajudando-o nesta tarefa.
Essa noite, depois de avisarmos o motorista que ficara em Maxixe, dormimos em casa dos Aroucas, debaixo dessa adrenalina do controle da multidão por parte da liderança do Dr. Arouca.
Eu ficava imaginando o que não iria acontecer se aquela gente partisse de facto para Lourenço Marques! Me preocupava com o que se passava com os meus irmãos, tios, primos, amigos.
(Continua...)
2 comentários:
a "resistência" de 3 jovens brancos moçambicanos foi heróica, os jovens e outros iludidos pela utopia da mentira pregada pela frelimo foram traídos e expoliados do seus bens e mts de suas vidas.
com certeza o amigo tbm foi expulso por esses guerrilheiros e traidores
E quem foram os 3 jovens, que voce teve necessidade de identifica-los como brancos?
Zé Paul
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