segunda-feira, 21 de julho de 2008

Diplomata brasileiro, na rodada de Doha, deixa "ricos" irritados.

Amorim diz que ricos mentem como Goebbels...

4 comentários:

Anônimo disse...

Para diplomata, pode-se dizer que lhe falta o devido "polimento" que tal cargo exige. Não só pela comparação em si, infeliz na forma verbalizada, como pelo facto que ele está ali representando todo um país. O populismo na intenção das palavras dele, poderia até comparar também com as aparições teatrais de um Chavez ou Mahmud Ahmadineyad, onde o impacto das palavras ¢ que conta e não as atitudes e consequências do mesmo. Baseado no velho lema; Olhem para mim, falem de mim.
Claro que sabemos que os ricos, tal como os pobres, quando seres simplesmente humanos, mentem. Talvez seja essa mentira tantas vezes repetida, que transformou a injustiça social brasileira num facto difícil de mentir.

Esse diplomata que no seu país faz parte da minoria que não fica ás cinco da manhã na porta de um posto de saúde esperando...para não ser atendido como merece, que não sofre assaltos e violência na rua, que não tem os seus filhos em escolas com um ensino que não lhes trará grande futuro, etc

Talvez seja até esse diplomata um dos políticos nacionais que por interesses partidários, finge não ver, ouvir e não falar sobre a corrupção que domina a classe política a que ele pertence.

Talvez ele se ache e seja, até mais correcto e íntegro que todos os colegas políticos que ele encontrou na conferência internacional, mas ao colocar todos os ricos na mesma panela, mostrou que também pode ser injusto. Com com o seu comentário populista, ele perdeu vários parceiros ricos nessas negociações, onde o Brasil e seu povo é que perdem, mas pagarão as suas facturas e viagens.

Um diplomata, que não pensa antes de abrir a boca, pertence ao bate-boca dos botequins, e não em conferências internacionais.

Antonio Maria

Zé Paulo Gouvêa Lemos disse...

Talvez o Celso Amorim não tenha de fato sido "politicamente correto", isso junto aos ricos possa trazer problemas e consequências negativas aos emergentes como o seu país, o Brasil, e outros.
Mas que ele não falou uma grande mentira, nem mesmo pequena, lá isso é verdade.
Os "ricos" vêm constantemente batendo na mesma tecla que os emergentes são os culpados em não se fecharem os acordos nas rodadas de Doha porque os mesmo não facilitam nas taxas - dizem eles super taxas - dos produtos importados industrializados nestes emergentes. No entanto se fecham em copas, e não querem vincular os assuntos, quando estes emergentes dependem muito da agropecuária, dos grandes subsídios que os americanos e europeus estruturam a sua economia quebrando o resto do mundo.
O Celso Amrorim até que não é um perfil, "olhem para mim". É muito de falar o que sente. Mostrou isso inclusive ao Chávez, quando o mesmo andou a fazer-se de herói das américas. O que acontece, e o mundo ainda não está habituado, é que o emergewnte Brasil, começa a incomodar muito rico.
Só não vou cobrar dele, para que represente o meu país, que seja pobre, mas também não vou dizer que não acorda às 5 da manhã.
Um abraço.
Zé Paulo

Anônimo disse...

O problema não é o que se é verdade ou mentira, e sim como se verbaliza os pensamentos. Cada cargo internacional tem o seu papel a efectuar. E comparar os ricos com Goebles, é colocar o próprio Brasil - entre os 10 mais ricos do mundo - na mesma panela.
Afinal todos os restantes paîses do mundo, dessa enorme lista de graus económicos, também poderão achar que ele não passa de um Goebels do mundo rico.

O tema que aqui toquei não tem haver com o protecionismo econômico, que o Brasil também defende quando lhe pisam nos calos...de alguns produtos que ganham concorrência internacional. E sim, na forma como um diplomata que pretende fechar acordos produtivos, se verbaliza tão negativamente. Par mim, no tapete da diplomacia e negócio internacional, foi tiro que saiu pela culatra...para história diplomática do Brasil.

antonio Maria

Zé Paulo Gouvêa Lemos disse...

António Maria,
Nesta colocação está claro quem são os "ricos" (USA e EU) e os "emergentes" (Brasil, China e Índia). E os ofendidos e que vestiram a carapuça não estão fora deste grupo e o arrependido na forma de verbalização também não.

Não podemos deixar de lado em que contexto a frase do Celso Amorim foi colocada. Os USA e a EU querem que estes três países baixem as taxas de importação nos seus principais produtos de exportação e não querem, por outro lado, uma concorrência leal, sem subsídios, na agricultura.

E batem sempre na mesma tecla, na técnica do disco riscado, usado pelo alemão e por muitos outros, para transformarem uma estória em uma verdade absoluta, neste caso como os emergentes fossem os grandes culpados em não haver avanços nas Rodadas de Doha.
Agora, entre nós, comparar o Celso Amorim com o Chávez e similares...léguas de distância!
Sobre o "politicamente errado", não discuto. Sobre o tiro pela culatra, tenho as minhas dúvidas. Tem gente por lá pedindo para baixarem a poeira, porque afinal o foco são os negócios e todos têm muito a perder...e António Maria, os emergentes hoje começam a empatar o jogo, com direito até a falarem umas verdades, mesmo que com umas pisadas de tomate "à lá primeiro mundo" !

Mais um abraço.

Zé Paulo