Lendo o Carlos Serra, do Diário de um sociólogo, decido que ao sair aqui do escritório, que vim hoje só para dar uma espiada e ver como tudo está, vou a uma livraria para comprar “A cabeça do brasileiro” do antropólogo Alberto Carlos Almeida, na sua 4a. edição, e ainda fora das minhas prateleiras.
De qualquer forma já me arrisco aqui, em cima do que li do Carlos Serra e do que o mesmo nos indicou ler sobre o livro, a tecer alguns comentários.
A pesquisa é feita em cima do que pensam as pessoas, e não como agem as pessoas, e isso é deixado claro quando apresentado o formato do trabalho dos envolvidos no projeto.
Parece que conclui o autor do livro, com ressonância do Carlos Serra, que o lado moderno se manifesta mais claramente na população brasileira com maior formação acadêmica.
Não discordo disso, até porque em um país como o Brasil, onde a desigualdade social é tão absurdamente grande, e sabemos que quanto maior o grupo de maior formação acadêmica se conversar, maior as chances de se estar a conversar com pessoas de mais posses financeiras, e com isso além de maiores informações via ferramenta “acadêmicas”, muitas outras vias de informações e atualizações junto ao mundo este grupo tem a mais do que um grupo menos favorecido “sócio-econômicamente” falando.
No entanto quem tem mais informação poderá estar bem mais “treinado” a dar uma boa resposta do que uma pessoa não tão treinada, mas estas últimas com as suas respostas não tão distantes entre o que pensa e o que faz.
Claro que temos aqui diferenças entre Brasil e Moçambique. Não quero comparar estatisticamente os casos de linchamento, por exemplo, entre os dois países, mas vou usar como referência a questão da corrupção.
Quando se pergunta a alguém se “você passaria uma conversa em um guarda para não ser multado”, há que se acreditar que uma pessoa bem informada, no Brasil, vá dizer que é este um ato de corrupção. Mas até achar que a maioria deste mesmo grupo de bem informados não vá tentar passar a conversa no guarda, vai aí uma grande distância.
A corrupção é uma doença neste país, e em qualquer país onde as diferenças sociais sejam grandes e as leis não são executadas a contento, e isso dentro dos grupos de nível de formação acadêmica boa ou não, a corrupção reina.
Aqui, no Brasil, se tenta pagar uma cervejinha para o guarda para não se levar uma multa, e pode ser o corruptor um simples operário ou mesmo um mega-empresário, ou se tenta pagar 1 milhão de dólares para um delegado da Polícia Federal para não ser investigado em um escândalo de um crime financeiro, caso de um recente e renomado e muito bem formado, o banqueiro Daniel Dantas, e neste caso não dá mesmo para ser um simples operário, sem formação acadêmica.
Me parece que a pesquisa que dá conteúdo ao livro do Alberto Carlos Almeida é interessante sobre o prisma da atitude das pessoas, o que não se pode deixar de lado estarem elas, as pessoas, mais ou menos propensas a um acto, mas não me parece que demonstre a realidade de um ambiente que induz uma população a agir com regras dos tempos das cavernas em plena Avenida Paulista, centro financeiro do país, localizado na cidade de São Paulo.
De qualquer forma já me arrisco aqui, em cima do que li do Carlos Serra e do que o mesmo nos indicou ler sobre o livro, a tecer alguns comentários.
A pesquisa é feita em cima do que pensam as pessoas, e não como agem as pessoas, e isso é deixado claro quando apresentado o formato do trabalho dos envolvidos no projeto.
Parece que conclui o autor do livro, com ressonância do Carlos Serra, que o lado moderno se manifesta mais claramente na população brasileira com maior formação acadêmica.
Não discordo disso, até porque em um país como o Brasil, onde a desigualdade social é tão absurdamente grande, e sabemos que quanto maior o grupo de maior formação acadêmica se conversar, maior as chances de se estar a conversar com pessoas de mais posses financeiras, e com isso além de maiores informações via ferramenta “acadêmicas”, muitas outras vias de informações e atualizações junto ao mundo este grupo tem a mais do que um grupo menos favorecido “sócio-econômicamente” falando.
No entanto quem tem mais informação poderá estar bem mais “treinado” a dar uma boa resposta do que uma pessoa não tão treinada, mas estas últimas com as suas respostas não tão distantes entre o que pensa e o que faz.
Claro que temos aqui diferenças entre Brasil e Moçambique. Não quero comparar estatisticamente os casos de linchamento, por exemplo, entre os dois países, mas vou usar como referência a questão da corrupção.
Quando se pergunta a alguém se “você passaria uma conversa em um guarda para não ser multado”, há que se acreditar que uma pessoa bem informada, no Brasil, vá dizer que é este um ato de corrupção. Mas até achar que a maioria deste mesmo grupo de bem informados não vá tentar passar a conversa no guarda, vai aí uma grande distância.
A corrupção é uma doença neste país, e em qualquer país onde as diferenças sociais sejam grandes e as leis não são executadas a contento, e isso dentro dos grupos de nível de formação acadêmica boa ou não, a corrupção reina.
Aqui, no Brasil, se tenta pagar uma cervejinha para o guarda para não se levar uma multa, e pode ser o corruptor um simples operário ou mesmo um mega-empresário, ou se tenta pagar 1 milhão de dólares para um delegado da Polícia Federal para não ser investigado em um escândalo de um crime financeiro, caso de um recente e renomado e muito bem formado, o banqueiro Daniel Dantas, e neste caso não dá mesmo para ser um simples operário, sem formação acadêmica.
Me parece que a pesquisa que dá conteúdo ao livro do Alberto Carlos Almeida é interessante sobre o prisma da atitude das pessoas, o que não se pode deixar de lado estarem elas, as pessoas, mais ou menos propensas a um acto, mas não me parece que demonstre a realidade de um ambiente que induz uma população a agir com regras dos tempos das cavernas em plena Avenida Paulista, centro financeiro do país, localizado na cidade de São Paulo.
Adenda: Falando em São Paulo, quando soube da visita do Carlos Serra ao Brasil, e que ficou por uns dias nesta cidade, fiquei inclinado a tentar um contato com o mesmo para sair aqui de Curitiba e ir o conhecer. Mas o desenrolar dos dias acabou por me fazer acompanhar a sua visita ao Brasil apenas pelo seu blogue.
Fonte da imagem: Diário de um sociólogo
Nenhum comentário:
Postar um comentário