Hoje, com a devida vénia ao jornal moçambicano SAVANA, transcrevo uma crónica de Afonso dos Santos e uma outra, escrita pelo meu irmão António Maria, onde comenta a primeira.
Ambas mostram um lado do qual eu não concordo, mas que têm na sua estruturação boa argumentação e qualidade de "escribas".
Como não poderia deixar de ser, enviei um e.mail para o meu irmão "contestando" o seu ponto de vista, o qual aqui também estarei-o reproduzindo.
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SAVANA
Maputo
23.05.08
Lide Lidima
Por Afonso dos Santos
"O acordo pronográfico"
Este título tem um erro: não é “pronográfico” que se escreve, mas sim “pornográfico”. Mas isso pouco importa, porque, nesta fase de auto-estima acelerada e de passagens automáticas no ensino, parece haver um acordo para que cada um escreva como lhe apeteça. Entretanto, só por causa do seu título, este texto é capaz de ter mais leitores do que os leitores habituais desta coluna. Mas eu estou só a seguir a linha de alguns jornais que põem títulos espectaculosos na primeira página, e depois o texto da notícia não acrescenta nada ao que está no título. Mas para que esses eventuais leitores adicionais não abandonem já a leitura deste texto, adianto, desde já, que, na mesma onda desse tipo de jornalismo, sempre aparecem, lá para o fim do texto, uma ou duas linhas relacionadas com o título. Há uns dias atrás, um canal de televisão apresentou uma simulação de debate sobre o famigerado acordo ortográfico de inspiração brasileira. Chamo-lhe simulação de debate, porque os três convidados tinham opinião unâmime. Ficámos assim a conhecer um novo conceito de “debate aberto”, que consiste em juntar três pessoas para defenderem todas a mesma posição e os mesmos interesses, no melhor estilo frélio. Um dos participantes nesse debate unânime é director do Centro de Estudos Brasileiros, pelo que nem precisava de abrir a boca, para que se soubesse de antemão qual seria a sua posição, visto que o tal acordo ortográfico não é mais do que um negócio brasileiro. Aliás, esse director deixou isso bem claro, quando afirmou que isto é uma questão do mercado da língua. Na verdade, isto consiste precisamente em substituir aquilo que é uma língua cultural por uma língua mercantil ou comercial. E assim sendo, os argumentos do director desnecessitam de mais comentários.
Outro participante no debate unânime foi um escritor chamado “Bakakoss”, pelo menos segundo a ortografia apresentada inicialmente na legenda da pantalha do televisor. Acontece que o venerando “Bakakoss”, sendo um funcionário governamental com funções de direcção, não poderia tomar outra posição que não fosse a de defender o seu pão. Isso de ter posições próprias foram apenas traquinices juvenis duma outra era, ora ajuizadamente sepultadas. E não é de admirar que quem se dedica a congeminar fábulas, venha apresentar uma fabulosa solução: muda-se umas letras na ortografia e imediatamente os livros chegarão em massa a todos os distritos e localidades. Por outras palavras: se hoje não há lá livros, é por causa da... ortografia! Esta solução é tão fabulosa que até dá para pensar que com a nova ortografia já nem será necessária a alfabetização. Finalmente, uma terceira participante no fictício debate apresentou um argumento bem mais delirante: o acordo é importante por causa dos crentes duma “igreja” brasileira, por causa das novelas brasileiras e por causa da maneira como “os nossos filhos, os nossos jovens [ai que ternura!] escrevem nos telemóveis”. Esta participante teve o mérito de nos colocar “in the year twenty five twenty five” [no ano dois mil e quinhentos e vinte e cinco], conforme o nome duma canção antiga. É que ela explicou que: “Todos os moçambicanos ou quase todos ou pelo menos a maioria assiste à novela”. Parece que a Electricidade de Moçambique se esqueceu de nos informar que a energia eléctrica já chega a todas as localidades e aldeias, e o Governo se esqueceu de propagar que o poder de compra dos moçambicanos já é suficiente para que todos tenham televisor. Também não é de admirar que quem anda com a mente embriagada pelas novelas brasileiras, e vive com a cabeça no Brasil, confunda Moçambique com a cidade de Maputo. Mas o mais destacado em tudo isto é que – provavelmente graças à sua política de passagens automáticas no ensino – o Governo terá conseguido levar a cabo uma autêntica Revolução Cultural, através da qual “todos os moçambicanos ou quase todos ou pelo menos a maioria” passaram a ser fanáticos de telenovelas!
Outro participante no debate unânime foi um escritor chamado “Bakakoss”, pelo menos segundo a ortografia apresentada inicialmente na legenda da pantalha do televisor. Acontece que o venerando “Bakakoss”, sendo um funcionário governamental com funções de direcção, não poderia tomar outra posição que não fosse a de defender o seu pão. Isso de ter posições próprias foram apenas traquinices juvenis duma outra era, ora ajuizadamente sepultadas. E não é de admirar que quem se dedica a congeminar fábulas, venha apresentar uma fabulosa solução: muda-se umas letras na ortografia e imediatamente os livros chegarão em massa a todos os distritos e localidades. Por outras palavras: se hoje não há lá livros, é por causa da... ortografia! Esta solução é tão fabulosa que até dá para pensar que com a nova ortografia já nem será necessária a alfabetização. Finalmente, uma terceira participante no fictício debate apresentou um argumento bem mais delirante: o acordo é importante por causa dos crentes duma “igreja” brasileira, por causa das novelas brasileiras e por causa da maneira como “os nossos filhos, os nossos jovens [ai que ternura!] escrevem nos telemóveis”. Esta participante teve o mérito de nos colocar “in the year twenty five twenty five” [no ano dois mil e quinhentos e vinte e cinco], conforme o nome duma canção antiga. É que ela explicou que: “Todos os moçambicanos ou quase todos ou pelo menos a maioria assiste à novela”. Parece que a Electricidade de Moçambique se esqueceu de nos informar que a energia eléctrica já chega a todas as localidades e aldeias, e o Governo se esqueceu de propagar que o poder de compra dos moçambicanos já é suficiente para que todos tenham televisor. Também não é de admirar que quem anda com a mente embriagada pelas novelas brasileiras, e vive com a cabeça no Brasil, confunda Moçambique com a cidade de Maputo. Mas o mais destacado em tudo isto é que – provavelmente graças à sua política de passagens automáticas no ensino – o Governo terá conseguido levar a cabo uma autêntica Revolução Cultural, através da qual “todos os moçambicanos ou quase todos ou pelo menos a maioria” passaram a ser fanáticos de telenovelas!
Desde que ouvi aquela coisa sobre as telenovelas, ainda não consegui dormir, pois ando embrenhado em pesquisas, para tentar descobrir qual é a ortografia das telenovelas brasileiras, visto que elas são faladas e não escritas. E ainda não me apercebi de que elas tenham legendas... Argumentam também que as alterações impostas pelo “acordo brasileiro” são mínimas, e chutam umas percentagens. Então, se as alterações são tão insignificantes, porque é que o acordo é tão importante e se assanham tanto em sua defesa? De resto, lá pelo meio do programa, o Brasil chegou a ser designado como “a grande vanguarda”! Hoye! Primeiro andam a palrar que uma língua é um organismo vivo, que se transforma conforme a cultura de cada país, e depois vêm defender a uniformização! É por tudo isto que o pleno acordo demonstrado entre aqueles três paineleiros (membros do painel), sendo baseado em argumentos forjados com o intuito de fornicarem a nossa inteligência, não pode deixar de ser considerado um acordo pornográfico.
E, neste contexto, parece-me que a melhor maneira de terminar este texto é com a ortografia do secretário-geral da chamada associação dos escritores moçambicanos, esse kastiço representante duma folklórika klique que lá o kolokou, que num célebre texto da sua autoria – onde ele confessa que a sua competência de leitura é insuficiente para ler José Saramago –, termina a sua prosa da seguinte maneira: “Fuck off”.
Eu bem vos prometi que no fim haveria pornografia...
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(Publicado também no Savana...uma semana depois)
Ainda sobre a „Pronografia“
Caros "Savaneiros" Foi bom começar o domingo lendo a crónica do Lide Lidima - O acordo pronográfico 23-05.08 - que me chegou por E-mail.
Mesmo que o conteúdo abordado na crónica seja altamente sério e pela descrição dos detalhes do andamento de tal acordo nelas mostrado, ser mesmo até para chorar, a forma leve e irônica usada pelo Lide, me provocou altas gargalhadas.
Mesmo que o conteúdo abordado na crónica seja altamente sério e pela descrição dos detalhes do andamento de tal acordo nelas mostrado, ser mesmo até para chorar, a forma leve e irônica usada pelo Lide, me provocou altas gargalhadas.
Desta vez valeu a pena não estar em frente da televisão em Moçambique, assim fiquei livre de ter que assistir ao debate do „trio“ que por falta de discordância, ficaram os telespectadores sabendo como é importante ver a telenovela brasileira, (do Revuma ao Maputo eletrificado), e poder entender o que o reverendo brasileiro está afim de nos enrolar cabeça a dentro. Era mesmo um debate ou um programa humorístico? Porque não juntaram pessoas de posições diferentes para mostrar aos telespectadores? Seria o patrocionador do programa algo verde e amarelo?
Sendo eu um filho do PALOP - em todos os sentidos da palavra - pois genéticamente vêem as minhas origens de Lamego e Vila Real (Trás-dos–Montes), nascido na então Lourenço Marques e alfabetizado na Beira dos anos 60. Foi em meados de 70, quando já lia mais do que Tim Tim e Astérix, quis a vida que fosse parar ao Brasil, onde acabei por viver díficeis, mas também quinze lindos e inesquecíveis anos. Lá chegando fui deparado com as diferenças ortográficas dos nossos idiomas, que me fizeram passar na matéria de português, dos três melhores da classe na Beira para os três piores de Itapetinga (Bahia). As regras de acentuação eram tão diferentes, sem falar das palavras que usavam C num canto, e noutro canto não havia Cs á mão. Ficava impressionado como os brasileiros precisavam até de regra para destinguirem o "mas" do „mais“ (!?), pois com a sua forma sonora e charmosamente dançante de falar, não se escuta a diferença do som dessas duas palavrinhas tão diferentes no significado.
Até mesmo dentro do Brasil, do Oiapoque ao Chuí, existe uma diversidade enorme de interpretação de vocabulário, sem no entanto ninguém pretender submeter o jeito de se falar carioca, gaúcho...ao baiano ou maranhense. Talvez por isso seja tão interessante ler livros tão diferentes no seu linguajar, como Fernando Veríssimo, Jorge Amado ou Drumond de Andrade, só para mencionar alguns, que tão bem nos mostraram até hoje, o quão diverso é o nosso português.
Me lembro de uma piada, das poucas que se conta sobre brasileiros, abordando a dificuldade deles em escrever o seu próprio idioma; Um empresário, pedia para a sua secretária enviar um memorando para os seus sub-directores convocando uma reunião. A certa altura depois de ter dito "..ficando assim marcada a reunião para sexta-feira", a secretária nervosa pergunta "Dôtor sêxta si' crevi com x ou com s?" O empresário atônito olha para ela e responde ;"..ficando assim marcada a reunião para QUINTA-feira"
Hoje é facto - ou será fato ? - que eu sou afro-luso-brasileiro por opção, como fruto dessa mistura uso regras gramaticais e palavras do diverso e numeroso „mundo palopiano“. Bailo sem mais nem menos na pista de todas as três casas, e olhando de cima para baixo feito pássaro que não conhece fronteiras, com a devida distância emocional e nacionalista, percebo que em todas as vertentes do mundo PALOP há muito que aprender e aproveitar. Moçambique ou qualquer outro país não se deve jamais submeter a regras impostas por um cartel de interesses financeiros verde-amarelo, vermelho-verde, etc.. que pretendam salvaguardar os seus próprios interesses - seja dos professores e intelectuais locais que não querem voltar a estudar, ou dos objetivos de vendas das suas editoras e publicações - usando esfarrapadamente a hegemonia do idioma, como sendo o verdadeiro objetivo do acordo ortográfico.
Tanto no Brasil como em Moçambique, em termos percentuais, e não de numero de habitantes, as suas populações não contam nas estatísticas internacionais entre as melhores da lista das populações leitoras do mundo. Sem falar, que temos muitos alfabetizados que não são capazes de entender o que lêem. (E não é só Saramago não!)
Concordo com as diferenças - que também se encontram e são aceitas em outros idiomas - que deverão ser resguardadas e integradas em favor do enriquecimento da homogeneidade linguística. Permitindo para o bem das futuras gerações de todos os países de lìngua portuguesa, um maior intercâmbio cultural a todos os níveis inseridos no estudo dependentes do nosso tão diverso idioma.
Não há que ficar procurando o erro e o acerto, e sim a comunhão do que já existe entre tanta e rica diversidade. Anexando-se os regionalismos como formas também a ser aceitas como correctas, divulgando-as no mundo Palopiano sem favoritismos, e decidir quais os compromissos gramaticais que todas as partes envolvidas poderão oferecer ou terão que talvez ceder. Em prol de uma verdadeira homogeneidade linguística, (neutra de interesses financeiros e pedagógicos), a arrogáncia nacional tem que ficar em casa e não nos encontros internacionais.
Não há que ficar procurando o erro e o acerto, e sim a comunhão do que já existe entre tanta e rica diversidade. Anexando-se os regionalismos como formas também a ser aceitas como correctas, divulgando-as no mundo Palopiano sem favoritismos, e decidir quais os compromissos gramaticais que todas as partes envolvidas poderão oferecer ou terão que talvez ceder. Em prol de uma verdadeira homogeneidade linguística, (neutra de interesses financeiros e pedagógicos), a arrogáncia nacional tem que ficar em casa e não nos encontros internacionais.
Não se pode indefinidamente continuar „empurrando este problema com a barriga“, como se eles não existisse, porque está mais do que na hora de todos os países interessados, se sentarem à mesa e mostrarem ao mundo que somos capazes de criar e adaptar a nossa língua mãe, de acordo com o nosso tempo e vertentes regionais. No entanto essa mesa não deverá ter cantos nem cabeceiras. Redonda deverá ser ela, para que de igual para igual, se possa discutir, aceitar e propor compromissos, e finalmente se encontrar soluções que enriqueçam ainda mais o já tão rico idioma português.
Mas voltando á "pronografia" do Lide Lima. Achei maningue legal o jeitinho porreiro, (em baianês; porreta), como ele descreveu o „debate unânime „ da TV moçambicana.
Antonio Maria Gouveia Lemos
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(O meu e.mail ao meu irmão...)
António Maria,
Em alguma coisa haveríamos de discordar até na pontuação. Não consigo deixar entrar nos argumentos de discusão questões empresariais, de interesses de editoras ou algo semelhante. Me mantenho apenas em uma única questão: A Língua Portuguesa e a necessidade ou não de acordos ortográficos entre as nações que têm esta língua como sendo a sua, ou uma das suas, língua(s) nacional(ais).
Falas, de quando chegamos ao Brasil, de algumas dificuldades que encontramos sobre acentuação e sobre as consoantes "mudas" já em desuso na década de 70. Se parares e fizeres uma avaliação fria, eram pequenas as diferenças, como são ainda hoje as diferenças ortográficas entre o português escrito em terras brasileiras, em terras portuguesas, como em Moçambique quando de lá saímos em 1975. Me parece que nós nos atrapalhamos mais foi em passar para o papel o que achávamos que o sotaque brasileiro poderia representar de diferença na ortografia, o que foi um nó desnecessário ajudado pelo corte de uma ou outra consoante muda e a mudança que pegamos, junto dos brasileiros, das benditas crases, a não obrigação dos tremas e pouco mais, pois oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas, acentuadas ou não, aqui e em Portugal é tudo a mesma sopa de letrinhas.
Ainda assim, se os acordos até então fossem mais completos, não haveríamos nós tido maiores dificuldades.
O que o acordo atual tem como foco é essa padronização das diferenças já existentes e de algumas novas propostas, tanto para Portugal, Moçambique e mesmo Brasil, e claro, para os outros PALOP. Mas sempre falando em questões do que chamo de código de comunicação escrita da lingua portuguesa. Não há no acordo pretensões de padronizar sotaques, termos regionais, termos estes, como bem disseste, diferentes entre regiões dentro do território brasileiro, como entre regiões de Portugal ou mesmo de regiões de Moçambique, quanto mais entre os países envolvidos. Estilos como um Jorge Amado, um Veríssimo, um Mia Couto, um formal como Saramago, continuarão existindo. O que eles continuarão e deverão escrever é com o mesmo "código", mesmo que com terminologias especificas dos seus personagens regionais e até palavras "criadas" para representar a sonorização que se pretende dar ao diálogo.
Há também que levar em conta, que questões regionais são tratadas no Acordo Ortográfico, e como exemplo, palavras com consoantes "mudas" para uns poderão e deverão ser mantidas, podendo ser escritas das duas formas.
A questão de interesses financeiros de possíveis editoras brasileiras, creio eu, pela forma que Portugal vem tratando o tema faz muitos anos, o empresariado brasileiro só teria a ganhar se o português brasileiro (colocação irritante) fosse se afastanto cada vez mais do dito português de Camões, embora este hoje tivesse mesmo em Portugal dificuldades de identificar uma placa de farmácia, pois o "ph" já ficou pelo caminho. Afinal. me parece onde o Acordo Ortográfico pudesse dar mais aporte a editoras brasileiras, seriam às especializadas em material didático, e não nos que editam Amado, Mia Couto ou mesmo Saramago. E nisso, na integração com a educação com outros países do Palop, mesmo sem acordos, o Brasil já está algo bem na frente em relação ao que Portugal tem plantado. Ou estarei eu muito enganado?
Claro que no meu comentário deixo de fora o tal programa que andaram a produzir na TV moçambicana, aparentemente semelhante com um que houve na TV portuguesa, pois não tive a oportunidade de o acompanhar, e ao que parece não devo ter perdido muito.
Um abraço do teu irmão, aqui plantado em "Terras Brasis"
Zé Paulo
5 comentários:
Quanta xenofobia e preconceito contra o Brasil nestes textos, me sinto sinceramente perplexo e enojado. E depois ainda dizem que nos brasileiros deveriamos de ter mais contato com esses povos africanos preconceituosos, Deus me livre guarde!
Thales,
Leia com total imparcialidade os três textos e perceberá que em nenhum deles há xenofobia ou preconceito contra o Brasil. O que existe é quem julgue o Acordo Ortográfico como uma jogada empresarial (da editoras) brasileira e há quem não concorde com isso, e que acredite que de fato haja a necessidade do tal acordo.
Se voce vem acompanhando esta questão do Acordo Ortográfico, existem também brasileiros especilista no tema, que discordam do Acordo, que acreditam que as linguas devem sim evoluírem de forma independente, visão que discordo. Só não consigo ver esse brasileiros como xenófobos ou preconceituosos em relação aos outros países do PALOP.
Cumprimentos,
Zé Paulo
Xenofobismo, onde?!
Quem sabe se viu algum xenofobismo na passagens ;
„...Hoje é facto - ou será fato ? - que eu sou afro-luso-brasileiro por opção, como fruto dessa mistura uso regras gramaticais e palavras do diverso e numeroso „mundo palopiano“.Bailo sem mais nem menos na pista de todas as três casas, e olhando de cima para baixo feito pássaro que não conhece fronteiras, com a devida distância emocional e nacionalista, percebo que em todas as vertentes do mundo PALOP há muito que aprender e aproveitar. ...“
„.. Moçambique ou qualquer outro país não se deve jamais submeter a regras impostas por um cartel de interesses financeiros verde-amarelo, vermelho-verde, etc...“
„...Em prol de uma verdadeira homogeneidade linguística, (neutra de interesses financeiros e pedagógicos), a arrogáncia nacional tem que ficar em casa e não nos encontros internacionais...“
„...No entanto essa mesa não deverá ter cantos nem cabeceiras. Redonda deverá ser ela, para que de igual para igual, se possa discutir, aceitar e propor compromissos, e finalmente se encontrar soluções que enriqueçam ainda mais o já tão rico idioma português....“
Você até pode me acusar de não ser pé de feijáo, que se desenterrar morre logo, ou que não tenho raízes profundas. Porque de facto aprecio ter as minhas raízes fortes como um embondeiro e espalhadas como as do cajueiro de Natal. Se alastrando do Brasil a Moçambique, Angola, Guiné-Bissau,Cabo Verde, São Tomé e Principe, Timor, Portugal Continental e ilhas da Madeira e Açores.
Um Mundo, um só idioma,
Pois muitas outras passagens poderia acrescentar nos textos acima reproduzidos, que comprovaria o tal de xenofobismo na verdade não existe, assim como não encontrará nacionalismos, ao defender que todos deverão dar a sua contribuição, sem imposições de fundo prepotente. Talvez a anedota sobre um brasileiro, ( tenha ofendido brios de quem costuma contar piadas de português), ou será que problema aqui é ;
“ Sem falar, que temos muitos alfabetizados que não são capazes de entender o que lêem. (E não é só Saramago não!)...“
Saudações
de um orgulhoso do seu idioma Afro-Luso-Brasileiro
Antonio Maria G.Lemos
Pra começar o Brasil não fala português.O idioma do Brasil é o Brasileiro. E ainda bem que não temos mais nenhuma ligação cultural ou lingüística com essa gente "lusófona". Quero distância desse povo.
Quanto aos interesses econômicos fico com a resposta de duas brasileiras no yahoo:
E que interesses seriam esses?
O cobiçadíssimo mercado português de 3 milhões de leitores??? Ou seria o vasto mercado africano como Moçambique onde apenas 6% da população fala português? Se na África houver 2 milhões de leitores é muito.
E o Brasil com nossos parcos + de 50 milhões de leitores estamos muito interessados no atraente mercado lusófono. Os executivos das editoras brasileiras não devem nem ter dormido à noite preocupadíssimos em aprovar este acordo.
Além de sermos obrigados a aceitar que falamos a mesma língua (que são totalmente díspares), e sermos obrigados a estudar em uma gramática estrangeira (que não respeita a língua brasileira) ainda temos que ouvir essas besteiras?
-Notícia da semana passada: G1-
==>Brasileiro lê mais livros por ano
A pesquisa ouviu pessoas a partir dos cinco anos de idade e mostra que, além desses 50 milhões de apaixonados, o número de leitores vem crescendo: 55% da população entrevistada afirmou ter lido ao menos um livro nos últimos três meses.
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Sou contra o acordo porque o português é distinto do idioma Brasileiro. O Brasil deveria normatizar nossa língua em vez de matar o trema e os acentos diferenciais.
Agora os portugueses tentarem nos culpar? Que coisa mais mesquinha. Pelo que eu sei a reforma foi feita de comum acordo e não foi imposta pelo Brasil. Que cada país assuma sua responsabilidade por este frankenstein ortográfico!
Anônimo,
Duas diferenças entre nós.
No seu primeiro paágrafo, que não é verdadeiro quando diz que o idioma aqui é brasileiro e não português. Estudei aqui desde a 8a. série e sempre tive aulas de português, e não de brasileiro, e os meus dois filhos, brasileiros, idem.
E também não é verdade que não existe esse vínculo cultural entre os países que aqui se refere. Isso vai desde as calçadas de Copacabana, passando pela a mais bela Bibliteca Brasileira, e uma das mais belas do mundo, que é a do Gabinete Português no Rio de Janeiro até ao conversar com gente de Santa Catarina e o seu sotaque similar aos portugueses dos Açores, as Festas Juninas que estão aí a bater à porta. Isso para não falarmos em mais algumas centenas de exemplos sobre os ainda vinculos culturais entre Portugal X Brasil, e Moçambique X Brasil.
Também não concordo com o se ser contra Acordo Ortográfico.
Já em relação a alguns erros apontados por voce no Acordo, e a sua visão, tirando o tom, sobre os motivos apontados pelo os que são contra o acordo do lado de lá, Portugal e outros países envolvidos, já acho que voce tem bastante razão. Em especial a falsa visão de complô das editoras brasileiras serem as grasndes responsáveis pelo o acordo.
Cumprimentos,
Zé Paulo
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