Quando nasci já estava em uma das prateleiras da sala de casa esta escultura de uma criança. De alguma forma acabou por se tornar um companheiro que nunca me chateou, nunca me deu conselhos...sempre me ouviu calado e com atenção, mesmo que mostre na sua postura estar no seu mundo, recolhido nas suas angustias.
A Mãe contava-me que era uma escultura, ou um molde, feito por um amigo dos pais, meus avós, muito conhecido e reconhecido como um dos maiores escultores portugueses de todos os tempos, um tal de Teixeira Lopes. Nunca me agarrei a esse facto, mas sempre me agarrei a este Joãozinho. Sim, acabei por lhe dar nome e de Joãozinho o “batizei”. Ainda era viva a minha Velhota quando ela me deu de presente este Joãozinho e o tenho sempre em lugar de destaque. Hoje o Joãozinho me faz conversar com a minha infância, me faz relembrar alguns dos tetos em que vivi com os meus pais.
Um dia destes fui pesquisar o Teixeira Lopes na internet e dentro de algumas coisas bastantes interessantes encontrei a Casa – Museu Teixeira Lopes, site vinculado ao Portal do Município de Gaia.
Fiquei com a sensação que esteja em minha casa uma criança perdida e que talvez até tenha casa!
A Mãe contava-me que era uma escultura, ou um molde, feito por um amigo dos pais, meus avós, muito conhecido e reconhecido como um dos maiores escultores portugueses de todos os tempos, um tal de Teixeira Lopes. Nunca me agarrei a esse facto, mas sempre me agarrei a este Joãozinho. Sim, acabei por lhe dar nome e de Joãozinho o “batizei”. Ainda era viva a minha Velhota quando ela me deu de presente este Joãozinho e o tenho sempre em lugar de destaque. Hoje o Joãozinho me faz conversar com a minha infância, me faz relembrar alguns dos tetos em que vivi com os meus pais.
Um dia destes fui pesquisar o Teixeira Lopes na internet e dentro de algumas coisas bastantes interessantes encontrei a Casa – Museu Teixeira Lopes, site vinculado ao Portal do Município de Gaia.
Fiquei com a sensação que esteja em minha casa uma criança perdida e que talvez até tenha casa!
8 comentários:
Sempre me emocionando com tua forma de escrever, correta e de uma sensibilidade tão grande. Aprendo muito, além , viver e reviver nossa História , obrigado! Me lembro bem do dia que a tiveste pelas mãos de nossa mãe. Beijão
O sétimo, e o mais velho da prole GL está em boas mãos.
Um feliz 2008 também para ele!
Tó
É maravilhosa esta coisa da internet...vejam lá tenho 23 anos e fico assombrada com as possibilidades que ela oferece.Não devia ainda ser assim pois não...Mas é espantoso: estava eu a pesquisar para um trabalho da faculdade sobre a casa-museu Teixeira Lopes, quando me deparei com o seu carinhoso texto. Sou portuguesa, vivo na cidade de Vila Nova de Gaia - para quem não conhece fica ao lado da grande e bonita cidade do Porto - pertinho da casa- museu Teixeira Lopes. Sim moro na cidade do escultor da dor humana, da beleza feminina e da inocente graça das crianças.E do Joãozinho. Por causa do trabalho passo a vida na casa do mestre. Se vier a Portugal não pode deixar de visitá-la: aquele espaço marca, não pela sua opulência, mas pelo encantamento, pelos passos do escultor, pela lógica de pensamento estendida como um tapete de folhas no Outono, a que a cada passo se ouve um som - a cada olhar se encontra uma (e)história.
Por isso fiquei - como direi -alegre, ou mesmo absorta quando li acerca de um molde chamado Joãozinho.E devo dizer que a criança que tem, não está perdida, está simplesmente onde devia estar: refugiado ou preso no seu recolhimento é ente querido na sua estante de sonhos que o aconchega todos os dias.
Olá, Marta.
Sem dúvida que a internet nos cria possibilidades antes imagnáveis.
Adorei a forma como descreve a casa do grande Teixeira Lopes. Vou transformar o seu comentário em post. Espero que não fique zangado.
O meu abraço.
Ficar zangada?! Fico é bastante elogiada e penso que nem mereço...até porque não fico atrás de tantas outras pessoas que se deliciam e espantam com a honestidade intocada do museu, e ainda com muitas mais que escrevem prodigiosamente bem. Com um acréscimo de que estas não têm, muitas vezes, que dar quantas e quantas voltas ao dicionário como eu o faço (e aqui me confesso)!
Mas essas voltas passam como a vida, e eu espero aprender algumas coisas com elas(ela). Agradeço tambem aos "manos" (perdoem-me a confiança) fazendo votos que venham brevemente a Portugal ver a casa-museu Teixeira Lopes. E o resto são as pontas do tempo que tentamos guardar para quando chegar a altura as podermos gozar...
Abraço, Marta! Bom senti-la por perto e perceber que já puxou uma cadeira.
Sou Paulo Teixeira Lopes, sobrinho-neto do mestre e colaborador da Casa-museu.
Parabéns por possuir essa peça, parece um bronze que eu próprio desconhecia.
Envie-me fotos...please
Cumprimentos
Paulo
www.pauloteixeiralopes.spaces.live.com
pauloteixeiralopes@tvtel.pt
Olá, Paulo!
A peça é sim de bronze. Fotografarei e lhe enviarei para o seu e.mail com todo o prazer.
Saber que as fotos do "Joãozinho" possam ser vistas por si e por outras pessoas envolvidas com a Casa-Museu Teixeira Lopes é um motivo de grande alegria.
Tentarei remeter as mesmas o mais rápido possivel.
Cumprimentos,
Zé Paulo
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